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Cartagena, a joia do Caribe colombiano, está afundando devido ao aquecimento global

O nível do mar sobe ano a ano e, recentemente, trouxe à tona ossadas de um cemitério de uma das cidades mais visitadas do caribe colombiano

Atualmente, as autoridades locais estão estendendo 4,5 quilômetros de quebra-mar para amortecer o impacto das ondas.

 

 

Texto: Estação do Autor com AFP/Folha de S.Paulo

Edição: Scriptum

 

Aos poucos, a baía de Cartagena, na Colômbia, está sendo engolida pelo oceano. Com o aquecimento global, o nível do mar sobe ano a ano e, recentemente, trouxe à tona ossadas de um cemitério. Reportagem de David Salazar para a AFP, publicada na Folha de S.Paulo (assinantes), relata como a mudança climática afetou a paisagem e o cotidiano das pessoas em Cartagena, uma das cidades mais visitadas por turistas no caribe colombiano.

A líder comunitária Mirla Aaron ficou chocada ao ver na beira da praia os ossos dos antigos habitantes de Tierra Bomba, uma ilha localizada em frente à luxuosa zona hoteleira de Cartagena. Além disso, o mar destruiu 250 casas da comunidade, o posto de saúde e comprometeu instalações elétricas. Soma-se aos efeitos climáticos o fato de que o principal porto comercial da Colômbia foi construído em um terreno com cavidades subterrâneas que colapsam, provocando seu afundamento.

O cientista ambiental canadense Marko Tosic explica que o aumento no nível do mar na área costeira se deve à vulnerabilidade da cidade, ao aquecimento global e ao afundamento do solo que ocorre por fatores tectônicos e pela presença de vulcões submarinos. O cientista alerta que a situação do Caribe é gradual, mas se tornará letal. É uma mudança “muito pequena, estamos falando de milímetros ao longo dos anos, mas a inundação será sentida”.

Atualmente, as autoridades locais estão estendendo 4,5 quilômetros de quebra-mar para amortecer o impacto das ondas. Sem essa construção, a prefeitura projeta que 80% dos bairros estariam sob risco de inundação. Para Mauricio Giraldo, líder local e representante de pescadores, o escudo de pedras protege as atrações turísticas e os hotéis de luxo, porém altera a corrente marítima e afeta as áreas onde vivem os mais vulneráveis. Mirla Aaron cita Tierra Bomba como exemplo. Lá vivem “comunidades negras que foram escravizadas” e “que hoje resistem para não perder sua identidade”.


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