
De acordo com os pesquisadores, as conclusões revelaram, “diferenças significativas na conectividade cerebral”.
Texto: Estação do Autor com Agência Brasil
Edição: Scriptum
Cada vez mais utilizado por estudantes e professores, o Chat GPT provoca uma discussão importante. De que maneira a Inteligência Artificial (IA) pode interferir no nível de aprendizagem do usuário? Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, chamam a atenção para possíveis efeitos negativos que a IA pode ter na aprendizagem das pessoas, principalmente dos jovens.
O estudo investigou os impactos da utilização de LLM, sigla em inglês para grande modelo de linguagem. Trata-se de um tipo de inteligência artificial projetada para entender e gerar textos que se assemelham à linguagem humana. A LLM é usada em ferramentas como o Chat GPT e é o que possibilita verdadeiras conversas com a IA. Reportagem de Mariana Tokarnia para a Agência Brasil traz detalhes sobre a pesquisa.
Ao longo de quatro meses, os usuários do LLM apresentaram desempenho inferior consistentemente nos níveis neural, linguístico e comportamental. Esses resultados levantam preocupações sobre as implicações educacionais de longo prazo da dependência do LLM e ressaltam a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre o papel da IA na aprendizagem, destaca a pesquisa.
O trabalho dividiu 54 pessoas em três grupos. O primeiro utilizou o Chat GPT na escrita. O segundo usou somente ferramentas de busca, como o Google. Já o terceiro não pôde consultar nenhuma dessas fontes, ficando restrito aos próprios cérebros.
Para analisar a atividade cerebral foram feitas eletroencefalografias (exame que registra a atividade elétrica do cérebro). Os ensaios escritos foram analisados tanto por professores humanos quanto por IAs voltadas para o Processamento de Linguagem Natural (PLN), ramo que se dedica a fazer com que IAs compreendam e manipulem a linguagem humana.
De acordo com os pesquisadores, as conclusões revelaram, “diferenças significativas na conectividade cerebral”. Os participantes que usaram apenas as próprias capacidades cognitivas exibiram redes fortes e mais distribuídas de atividade cerebral. Aqueles que usaram apenas mecanismos de busca apresentaram atividade moderada. Enquanto os usuários do Chat GPT registraram conectividades cerebrais mais fracas.