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Como as novas tecnologias influenciam a nossa percepção do tempo

Embora a tecnologia crie cada vez mais formas de poupar o tempo, gera insegurança sobre como ocupá-lo e sobre qual será a próxima inovação

Muito antes dos celulares e redes sociais, trens e telégrafos já faziam o mundo parecer girar mais depressa.

 

Edição Scriptum com Estação do Autor e O Globo

 

A impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido não é de hoje. Muito antes dos celulares e redes sociais, trens e telégrafos já faziam o mundo parecer girar mais depressa. Para estudiosos, a resposta está no fato de que, embora a tecnologia crie cada vez mais formas de poupar o tempo, gera insegurança sobre como ocupá-lo e sobre qual será a próxima inovação a exigir mais uma mudança do cotidiano.

Reportagem de Juliana Causin para o jornal O Globo (assinantes) repercute a leitura de especialistas sobre as influências, como as novas tecnologias, em nossa percepção do tempo.

O sociólogo alemão Hartmut Rosa, em Alienação e aceleração: por uma teoria crítica da temporalidade tardo-moderna, defende a ideia de que há três tipos de aceleração do tempo atualmente: a tecnológica, que influencia como nos comunicamos, produzimos e nos deslocamos; a das transformações sociais, que tornam ideias e valores obsoletos rapidamente; e a da vida individual, mesmo com promessas de mais tempo livre trazidas pelas inovações.

Na tecnologia, o telefone, inventado em 1876, levou quase um século para chegar à maioria dos lares. Já os smartphones se popularizaram em menos de uma década após a chegada do iPhone, em 2007. O Facebook levou quatro anos para atingir 100 milhões de usuários. O ChatGPT fez isso em dois meses. Entre as Tecnologias de Propósito Geral, inovações que moldam eras, um século separou a mecanização a vapor da eletricidade e a computação digital veio em algumas décadas. Agora, fala-se em uma Quarta Revolução Industrial, com sistemas autônomos, e uma quinta, centrada na colaboração entre humanos e máquinas.

Para a pesquisadora britânica Judy Wajcman, professora emérita da London School of Economics and Political Science, não são os e-mails, redes sociais ou saltos tecnológicos os responsáveis pela aceleração do tempo, mas sim as prioridades sociais, culturais e organizacionais. A aceleração não é um destino inevitável, é uma escolha, afirmou. Ela observa que atividades como cozinhar, limpar, cuidar de crianças ou idosos ainda ocupam longas horas do dia. Mesmo tecnologias que oferecem respostas imediatas, como apps de transporte ou inteligência artificial generativa, escondem sistemas intensivos em trabalho humano. O tempo é desigual. Eu posso economizar tempo usando um Uber, mas isso vem à custa do tempo do motorista, diz Wajcman.


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