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Como Madri virou a ‘Miami da Europa’

Após a pandemia, capital da Espanha atrai cada vez mais latino-americanos de alta renda, valorizando imóveis e aumentando o custo de vida dos espanhóis

Alta dos aluguéis impulsionada pelos novos moradores está expulsando os espanhóis que vivem no centro da cidade e em bairros tradicionais.

 

Texto: Estação do Autor com BBC News

Edição: Scriptum

Latino-americanos ricos e amantes do luxo estão trocando Miami por Madrid. Desde o fim da pandemia, a capital espanhola atrai como um “imã” migrantes abastados. O reflexo desse fenômeno já é sentido pelos madrilenos que enfrentam cada vez mais dificuldade para, por exemplo, encontrar mesas em restaurantes. Por outro lado, a alta dos aluguéis impulsionada pelos novos moradores está expulsando os espanhóis que vivem no centro da cidade e em bairros tradicionais.

Reportagem de Guillermo D. Olmo para a BBC News revela que não é só o turismo que alavanca a recente migração. A empresa Barnes Global Property entrevistou pessoas com patrimônio de mais de 30 milhões de dólares (cerca de R$ 150 milhões) e constatou que Madri era a quarta cidade mais valorizada por eles.

Por causa do idioma comum, a capital da Espanha é um dos destinos preferidos dos latino-americanos que buscam trabalho. Há tempos, a cidade recebe trabalhadores peruanos, equatorianos, colombianos e de outras nacionalidades. Eles trabalham como cuidadores de idosos e doentes, na construção civil e em outros setores que costumam ter dificuldades para encontrar mão-de-obra local. Embora, continuem a chegar pessoas em busca de emprego e novas oportunidades, nos últimos anos houve uma mudança de perfil.

Alexandre Rangel, diretor-geral da Siespaña, empresa especializada em aconselhar estrangeiros interessados em se estabelecer na Espanha, diz atender clientes que não têm necessidade de gerar rendimentos no país.

Entre os atrativos da cidade espanhola está a possibilidade de proteger ativos ameaçados pela instabilidade política e turbulência monetária habituais na América Latina em uma moeda sólida como o euro. O porta-voz do Sindicato dos Inquilinos de Madri, Andrés Pradillo, ressalta que mais da metade das casas vendidas na Espanha no ano passado foram pagas à vista. “São casas não para moradia, mas para especular e obter grandes rendimentos em zonas com rendas muito elevadas”, esclarece Pradillo.

Para o prefeito da cidade, José Luis Martínez-Almeida Almeida, a chegada de estrangeiros com capacidade de investir é uma boa oportunidade, desde que sejam administrados os riscos, como o possível aumento da desigualdade social.


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