Texto: Estação do Autor com ONU News
Edição: Scriptum
O dado é preocupante. Uma em cada três crianças no mundo é afetada por bullying virtual. A prática viola diversos direitos das crianças, como o direito à saúde mental, à educação, ao lazer e à privacidade. E o mais grave: causa ansiedade, sofrimento emocional e até suicídio infantil, segundo alerta Philip Jaffé, membro do Comitê de Direitos da Criança, em sessão especial no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Reportagem publicada no site ONU News mostra os riscos do cyberbullying em crianças, tema tratado na última reunião do Conselho da entidade.
A vice-chefe de direitos humanos da ONU, Nada Al-Nashif, observou que, de acordo com o Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, Cedaw, o bullying virtual afeta meninas quase duas vezes mais do que meninos. Destacou também que crianças sujeitas a bullying são mais propensas a faltar à escola, ter um desempenho pior nos testes, e podem sofrer insônia e dor psicossomática.
Para combater o problema, Al-Nashif apela para que plataformas digitais assumam sua responsabilidade, promovendo moderação de conteúdo, além de fornecer ferramentas de privacidade adaptadas e respeitar padrões internacionais de direitos humanos. Presente à reunião, a diretora de políticas de segurança da empresa Meta, Deepali Liberhan, relatou que somente no terceiro trimestre de 2023 cerca de 15 milhões de conteúdos foram detectados nas plataformas Facebook e Instagram que constituíam bullying e assédio. A maioria foi removida proativamente pela Meta antes mesmo de ser denunciada, disse ela.
De acordo com levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, 130 milhões de estudantes em todo o mundo sofrem bullying, uma situação que foi exacerbada pela disseminação das tecnologias digitais.