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De pai para filho: homens e herdeiros políticos são maioria no Senado

Pesquisa confirma que senadores acabam herdando o capital político da família e se elegem apoiados pelo sobrenome

Dos 407 mandatos disputados entre 1986 e 2022, 274 deles, foram ocupados por familiares de políticos já eleitos.

 

Texto: Estação do Autor com Agência Brasil

Edição: Scriptum

 

O Senado Federal, que completa 200 anos neste 25 de março, tem hoje a predominância de parlamentares homens e herdeiros políticos. Desde a redemocratização até a última eleição, cerca de dois em cada três senadores eleitos vieram de famílias políticas. Nove de cada dez são homens. Apenas quatro mulheres negras foram eleitas para o Senado entre 1986 e 2022. Dos 407 mandatos disputados nesse período, 274 deles, o equivalente a 67% dos cargos, foram ocupados por familiares de políticos já eleitos.

Reportagem de Lucas Pordeus León para a Agência Brasil revela detalhes do levantamento da pesquisa do cientista político Robson Carvalho, doutorando da Universidade de Brasília (UnB), que confirma que senadores acabam herdando o capital político da família e se elegem apoiados pelo sobrenome. Para ele, esses são resultados indicativos da reprodução das desigualdades políticas e prejuízos ao recrutamento institucional, à igualdade de disputa, à representação de gênero e raça e à edificação de uma democracia plural. A conclusão consta em artigo do especialista apresentado no 21º Congresso Brasileiro de Sociologia, em julho de 2023.

Para Robson Carvalho, o trabalho mostra que o Senado é majoritariamente ocupado por famílias poderosas. “Parecem suceder a si mesmas, como numa monarquia, onde o poder é transmitido por hereditariedade e consanguinidade”. Segundo o analista, isso traz prejuízos à representação democrática do povo brasileiro.

O pesquisador afirma que a herança política é uma realidade de todos os Estados e de todas as regiões do País, destacando outro recorte da pesquisa, o de gênero. O Senado foi, e ainda é, dominado por homens, que ocuparam 89% dos cargos disputados entre 1986 e 2022. Por fim, Carvalho conclui que essa realidade enfraquece a democracia brasileira. Ele afirma que não é possível pensar em República sem a representação de negros e mulheres que são a maioria da população, de índios que são os povos originários e de cidadãos de origem popular que são a grande maioria dos brasileiros.


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