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Em áreas remotas e sem internet, o orelhão ainda é o principal meio de comunicação

Hoje, entre aparelhos quebrados e funcionais, são aproximadamente 78,5 mil remanescentes

A telefônica Oi é obrigada a manter a oferta em 10.650 localidades distribuídas em 2.748 municípios, nas quais é a única prestadora.

 

Edição Scriptum com Estação do Autor e O Globo

 

Em tempos de comunicação digital de ponta, com smartphones e aplicativos cada vez mais avançados, o orelhão ainda resiste. Reportagem de Paulo Assad para O Globo (assinantes) mostra que os obsoletos aparelhos continuam operando em áreas remotas e sem internet no território nacional. Segundo dados da Anatel, o Brasil ainda tem 13 mil telefones públicos em operação, parte deles com ligação gratuita.

Os orelhões começaram a ser retirados das ruas em 2019, quando ainda havia cerca de 810 mil deles. Hoje, entre aparelhos quebrados e funcionais, são aproximadamente 78,5 mil remanescentes. No momento, a telefônica Oi é obrigada a manter a oferta em 10.650 localidades distribuídas em 2.748 municípios, nas quais é a única prestadora. Sudeste e Nordeste são as regiões com a maior quantidade de telefones públicos disponíveis. Em seguida, vêm Sul, Norte e Centro-Oeste, segundo os dados da Anatel.

Se nas áreas urbanas os telefones públicos quase não existem, nas mais remotas, mesmo nas que têm internet, há muita demanda por eles. Moradores da zona rural de Bodoquena (MS) querem que um orelhão volte a ser instalado no assentamento Sumatra. Lá, a internet consegue chegar, mas se falta luz, a conexão cai, e não há como avisar à empresa de energia. E nessas regiões mais afastadas, os orelhões funcionam com baterias alimentadas por energia solar.

No início de setembro, a Anatel concluiu uma operação no Tocantins para verificar o funcionamento dos orelhões a mais de 30 quilômetros das sedes dos municípios. São 63 aparelhos ainda ativos no Estado. Giuliano Quinan, superintendente da agência, explica que para facilitar o acesso dos moradores ao telefone público a agência determinou que as ligações se tornassem sem custos no Estado devido às dificuldades enfrentadas pelas concessionárias na distribuição dos cartões indutivos, o que também se repetiu em outros Estados, sobretudo nas zonas rurais.

Nas áreas remotas, os orelhões não atendem apenas comunidades rurais. Em março de 2023, a Funai fez uma reclamação à Anatel sobre a ausência de telefones em 66 aldeias do Médio Xingu. Entre os defeitos estavam baterias que não carregavam, teclas defeituosas e dificuldades em realizar e receber chamadas. Procurada, a Funai disse que os problemas já foram resolvidos e acrescentou que, desde então, houve instalação de novos aparelhos. A fundação afirma que, apesar de muitas aldeias já contarem com acesso à internet, os orelhões ainda servem como meio de comunicação alternativo.


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