Texto Estação do Autor com Folha de S.Paulo
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Acompanhando a tendência mundial, o mercado de trabalho brasileiro está mudando. Durante seis meses, 19 empresas do País participaram do teste da semana de trabalho de quatro dias. O resultado mostrou que em 16 delas houve um aumento na eficiência de seus funcionários. Segundo gestores da maior parte das firmas que aplicaram o modelo com jornada menor e salários iguais os processos internos dos negócios melhoraram.
Realizado em quatro Estados (SP, RJ, MG e PR), a semana de quatro dias de trabalho será mantida sem alterações por oito das 19 empresas que participaram do projeto piloto. Sete companhias preferiram estender o teste para avaliar melhor os impactos a longo prazo. Reportagem de Lara Barsi para Folha de S.Paulo (assinantes) mostra que 84,6% dos gestores acreditam que a redução de cinco para quatro dias de trabalho por semana trouxe benefícios. Aumento da produtividade, melhor qualidade do trabalho, redução nas faltas e melhoria no bem-estar dos colaboradores foram alguns dos destaques.
Desenvolvido pela Reconnect Happiness at Work & Human Sustainability, o projeto 4 Day Week Brazil aponta que entre os anseios das empresas estavam a redução da taxa de rotatividade de colaboradores, a facilitação na atração de talentos e a promoção do bem-estar dos funcionários e uma elevada taxa de engajamento e produtividade. A maioria das expectativas foram alcançadas durante o experimento.
A semana de quatro dias apontou um crescimento de 66,7% na capacidade de recrutamento das empresas. Em relação aos colaboradores, 60,3% disseram que o nível de engajamento cresceu e para 71,5% a produtividade aumentou. No quesito saúde, a análise dos dados revelou que 72,8% tiveram uma redução na exaustão frequente e 49,6% observaram melhoria na qualidade do sono. Houve ainda um retorno positivo em relação ao bem-estar e ao convívio social. Cerca de 87,4% disseram ter mais energia para realização de tarefas e 45,9% notaram uma redução do desgaste no final do dia.
No modelo testado, a jornada de trabalho diminuiu, em média, 6,3 horas por semana. Ao serem questionados se gostariam de continuar a ter três dias de folga por semana, cerca de 97,5% dos 202 colaboradores que responderam aos questionários disseram desejar que o benefício fosse mantido.