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Escola de música em Berlim busca ensinar israelenses e árabes a se ouvirem

Intelectual judeu e maestro palestino criaram instituição na qual nasceu a orquestra West-Eastern Divan, nome que significa ponto de encontro entre Oriente e Ocidente

 

 

Atualmente, a escola reúne cerca de 80 alunos de 27 nacionalidades, incluindo 17 israelenses e 6 palestinos.

 

 

Texto: Estação do Autor com Folha de S.Paulo

Edição: Scriptum

 

Um intelectual judeu argentino-israelense ao lado de um maestro palestino-americano fizeram da música a ferramenta de união e diálogo em Berlim, na Alemanha. Juntos, criaram uma escola de música que destina três quartos de suas vagas a alunos do Oriente Médio e do Norte da África. Reportagem de Clara Balbi para a Folha de S.Paulo (assinantes) mostra os resultados de uma parceria entre o maestro Daniel Barenboim e o intelectual Edward Said, iniciada na virada do milênio, que culminou com a criação da Academia Barenboim-Said, em 2016. A iniciativa foi tão bem-sucedida que gerou uma orquestra, a West-Eastern Divan, cujo nome significa um ponto de encontro entre Oriente e Ocidente, além de escolas de música em Andaluzia, na Espanha, e em Ramallah, na Cisjordânia.

O início do concerto realizado em 23 de outubro foi marcado por um pesado minuto de silêncio. Muitos dos músicos haviam perdido pessoas próximas na guerra iniciada em Gaza semanas antes, fosse pelas mãos de terroristas do Hamas ou devido aos bombardeios de Israel. Superando o “momento muito difícil” para fazer música, os integrantes da orquestra decidiram “seguir os passos de seus fundadores” e tocaram juntos.

Todos os anos, jovens do mundo inteiro competem por bolsas para estudar na academia. Além das aulas práticas e teóricas, também são oferecidas disciplinas de história, filosofia e literatura. Atualmente, a escola reúne cerca de 80 alunos de 27 nacionalidades, incluindo 17 israelenses e 6 palestinos. Não é à toa que a instituição tenha sido afetada pelo 7 de outubro, data de início do conflito que já matou pelo menos 1.200 israelenses e mais de 23 mil palestinos. Os números são, respectivamente, do governo de Israel e das autoridades de saúde de Gaza, essas ligadas ao Hamas.

Nesse contexto, a escola organizou aulas extras sobre a história do conflito israelo-palestino. Regula Rapp, diretora da academia, explica que há muito interesse por parte dos alunos em entender como lidar com esse conflito. Apesar de estar consciente de ser esse um esforço em certa medida inútil, uma vez que “a guerra é maior do que todos nós”, ela prossegue dizendo aos jovens músicos “que a música também é maior do que todos nós.”


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