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Escrita à mão ganha novo impulso nas escolas. Entenda as razões

Estudos revelam os benefícios para o cérebro e apontam quais são os impactos do eventual desaparecimento

Aprender as letras por meio da escrita à mão ativa redes do cérebro que não são ativadas pela digitação num teclado.

 

Texto: Estação do Autor com BBC News Future

Edição: Scriptum

 

O aprendizado de escrita cursiva está de volta às escolas públicas da Califórnia, nos Estados Unidos, e outros 20 estados americanos estão em vias de fazer o mesmo. Em 2010, a escrita à mão havia saído do currículo californiano e chegou a ser considerada uma técnica fadada ao esquecimento nos País.

A escrita cursiva, caligrafia que dá às letras uma forma inclinada, parecida com o tipo gráfico chamado de itálico, volta a fazer parte de debates educacionais e científicos em diversos países e situações. Reportagem de Nafeesah Allen para BBC News/Future destaca o valor da escrita à mão e seus benefícios para o cérebro e o impacto global de seu eventual desaparecimento.

Ao aplicar suas pesquisas em crianças de quatro a seis anos, Karin James, professora de Ciências Cerebrais e Psicológicas na Universidade de Indiana, identificou que aprender as letras por meio da escrita à mão ativa redes do cérebro que não são ativadas pela digitação num teclado. Isso inclui áreas cerebrais que têm papel crucial no desenvolvimento da leitura. Outro estudo, de autoria de Virginia Berninger, da Universidade de Washington, também mostrou que a escrita cursiva, os materiais impressos e a digitação usam funções cerebrais relacionadas, porém diferentes. Além disso, no caso da digitação em teclado, os movimentos do dedo são os mesmos para qualquer tecla. Como consequência, ao aprenderem apenas a digitar, as crianças perderão a chance de desenvolver habilidades obtidas ao compreenderem e dominarem a capacidade de escrever.

No Brasil, a Base Nacional Comum Curricular prevê o ensino de se escrever em letra cursiva nos primeiros anos do ensino fundamental. Em alguns países da Europa Ocidental a técnica é amplamente ensinada. Já a Finlândia pôs fim à exigência dessa escrita nas suas escolas em 2016. O Canadá tentou descartar o método, mas retomou a prática em 2023.

Em meio a tantas diferenças globais, as pesquisas ressaltam que não há lado negativo em aprender letra cursiva. E embora a ligação entre escrever à mão e melhorar a leitura não seja necessariamente de causa e efeito, alguns educadores temem que o abandono da letra cursiva possa piorar o desempenho de alunos em sua capacidade de ler textos. Além disso, o mero ato de escrever ajuda a memória e o aprendizado de palavras.


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