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Famílias começam a trocar empregadas domésticas por cuidadoras

Estudo do Dieese aponta que de um total de 5,9 milhões de ocupados em serviços domésticos, 21% (ou 1,24 milhão) eram cuidadores, no fim do ano passado; em 2014 eram 13,9%

IBGE projeta que, até 2070, mais de 40% da população terá mais de 65 anos, um envelhecimento mais acelerado que o anteriormente esperado.

 

Texto Estação do Autor com O Globo

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O envelhecimento da população está provocando uma mudança no serviço doméstico no Brasil. Hoje são mais idosos precisando de assistência e menos familiares disponíveis para isso. Enquanto a proporção de pessoas ocupadas em serviços gerais nas residências, como o de limpeza, está diminuindo, uma parcela dos empregados domésticos quase dobrou nos últimos dez anos: a de cuidadores pessoais em domicílio, geralmente de velhos e pessoas com deficiência.

Reportagem de Mayra Castro para O Globo (assinantes) mostra que o total de funcionários domésticos se manteve praticamente estável nos últimos dez anos. Estudo do Dieese com base na Pnad Contínua, do IBGE, aponta que, de um total de 5,9 milhões de ocupados em serviços domésticos, 21% (ou 1,24 milhão) eram cuidadores, no fim do ano passado. Em 2014, eram 13,9%.

Especialistas acreditam que esse movimento é resultado do que chamam de crise do cuidado. O IBGE projeta que, até 2070, mais de 40% da população terá mais de 65 anos, um envelhecimento mais acelerado que o anteriormente esperado. Com o aumento da longevidade, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) alerta que o número de pessoas com necessidade de assistência prolongada mais que triplicará nas Américas em três décadas.

Com famílias cada vez menores há menos disponibilidade para o cuidado com os idosos em casa. Mulheres dedicam quase o dobro do tempo gasto pelos homens com o cuidado de velhos, crianças e pessoas com deficiência nos lares, diz pesquisa do IBGE. A maior participação feminina no mercado de trabalho diminui o tempo delas para essa tarefa em dupla jornada, aumentando a demanda por cuidadores profissionais nas famílias que podem pagar.

Cristina Vieceli, economista responsável pelo Boletim do Trabalho Doméstico do Dieese, observa que outro agravante é a falta de políticas públicas para lidar com o problema. No fim de 2024, o governo federal publicou a Política Nacional de Cuidados, mas ainda não há regulamentação, com planos e metas estabelecidos.


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