Texto: Estação do Autor com Agência Brasil
Edição: Scriptum
Os ricos emitem mais dióxido de carbono, um dos principais gases de efeito estufa, do que os pobres. As emissões de CO² da parcela 1% mais rica da população mundial (77 milhões de pessoas) representou 16% do total de emissões do planeta em 2019. Isso equivale à mesma quantidade emitida por 66% da população pobre global, que soma cerca de 5 bilhões de pessoas. Os dados constam do relatório Igualdade Climática: Um Planeta para os 99%, lançado pela organização não governamental Oxfam.
Reportagem de Camila Boehm para a Agência Brasil mostra que, segundo o estudo, os mais ricos são os principais investidores em indústrias poluentes e estilos de vida que resultam em grandes emissões de CO², impulsionando o aquecimento global. Estima-se que somente as emissões dessa parcela serão suficientes para causar a morte de 1,3 milhão de pessoas provocadas pelo calor nas próximas décadas.
Para Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil, “é inaceitável que o 1% mais rico continue liderando o mundo ladeira abaixo para um colapso planetário. E quem vem sofrendo o impacto dos danos dessa viagem é a maioria da população. São bilhões de pessoas impactadas por enchentes, secas, perdas de território, aquecimento e baixa de temperatura desproporcional, problemas de saúde e pobreza”.
Segundo a Oxfam, que atua contra pobreza, desigualdades e injustiça, países com altos índices de desigualdade sofrem sete vezes mais mortes por inundações do que países mais igualitários. De acordo com a organização, nações ricas e poluentes devem eliminar “rápido e gradualmente o uso dos combustíveis fósseis e cessar imediatamente a emissão de quaisquer novas licenças ou a permissão da expansão da exploração, extração ou processamento de carvão, petróleo e gás”, tributando quem ganha com essas atividades.