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Há 200 anos era proclamada a Confederação do Equador

Movimento surgido no Recife pretendia reunir em uma nação autônoma as províncias de Pernambuco, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Alagoas

Reprodução de quadro que mostra o julgamento de Frei Caneca

 

Texto Estação do Autor com DW

Edição: Scriptum

Em 2 de julho de 1824, insatisfeitos com os rumos que o Brasil governado por D. Pedro I tomava, surgiu no Recife um movimento que pretendia criar um Estado independente no Nordeste. O declínio do ciclo do açúcar deixava a região economicamente mais fraca frente ao Rio, transformado em capital, a Minas, com a exploração de metais preciosos, e a São Paulo, com o início da riqueza do café.

O escritor, religioso e político Frei Caneca, ao lado de Manoel de Carvalho, foi um dos principais líderes da Confederação do Equador. De inspiração liberal, seguindo o modelo dos Estados Unidos, independente desde 1776, o movimento pretendia criar uma nação autônoma formada pelas então províncias de Pernambuco, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Alagoas.

Em reportagem de Edison Veiga para o site DW, historiadores e especialistas analisam o movimento nordestino, cuja repressão é considerada uma das mais sangrentas do período imperial brasileiro. Trinta e um insurgentes foram condenados à morte, Frei Caneca entre eles.

É controversa a ideia de que o movimento tinha caráter republicano. Como observa o historiador Evaldo Cabral de Mello no livro A Outra Independência: Pernambuco, 1817-1824, os documentos oficiais expedidos a partir de 2 de julho não falam jamais em ‘república’”. Era, na verdade, uma iniciativa contra a centralização de poder pretendida por D. Pedro I.

A oposição nordestina se tornou ainda mais intensa depois de D. Pedro dissolver a assembleia constituinte, em novembro de 1823, e impor sua constituição, em março de 1824.

“É importante situar a Confederação do Equador dentro de um processo, no plural, de independências do Brasil”, afirma o historiador Victor Missiato, da Unesp. Para ele, havia uma postura muito crítica em relação ao modo como a independência estava se colocando, considerada muito centralizadora por parte do monarca.

O historiador Paulo Henrique Martinez, professor na Universidade Estadual Paulista, ressalta que o clima era de tensão e imprevisibilidade quanto aos rumos políticos do Brasil. “Reatamento da unidade com Portugal, autonomia e unidade territorial brasileira, fragmentação regional e diferentes formas de governo eram possibilidades concretas, ainda que sob risco de forte instabilidade e confrontos militares”. Para Martinez, a Confederação do Equador foi o projeto político regional e divergente mais organizado e evidente de interesses contrapostos na primeira década de vida nacional autônoma”, considera ele.


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