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Idosos ao volante: quais sinais indicam perigo ao dirigir?

Estudo mostra que em condições reais de trânsito, os erros mais cometidos por idosos ao volante ocorrem principalmente em cruzamentos, mudanças de faixa e invasões de vias

Erros mais cometidos por idosos ao volante ocorrem principalmente em cruzamentos, mudanças de faixa e invasões de vias.

 

 

Texto Estação do Autor com Estadão

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Caminhar mais lentamente e apresentar dificuldades cognitivas no dia a dia acendem um alerta sobre a segurança de idosos na direção. Estudo publicado em março por pesquisadores do Centro Multidisciplinar do Idoso do Hospital Universitário de Brasília em conjunto com o Instituto Universitário de Geriatria de Montreal, no Canadá, mostrou que em condições reais de trânsito, os erros mais cometidos por idosos ao volante ocorrem principalmente em cruzamentos, mudanças de faixa e invasões de vias.

No entanto, ao fazerem associação com aspectos físicos e cognitivos, os pesquisadores perceberam que os velhos que caminham mais devagar no dia a dia, ou seja, que andavam pela rua a passos curtos, foram os que mais se equivocaram em cruzamentos e conversões ao volante. Já as dificuldades com a gestão de tempo em tarefas do cotidiano e declínio na organização visual-espacial foram associados a um pior desempenho no teste de condução.

Reportagem de Mônica Manir para o Estadão (assinantes) traz mais detalhes do artigo publicado na revista científica Transportation Research Part F: Traffic Psychology and Behaviour e orienta como familiares devem lidar com o problema. Trata-se do primeiro estudo com uma amostra brasileira de motoristas idosos sem demência residentes no Distrito Federal, cuja avaliação física e cognitiva foi associada a um sistema de direção padronizado.

Coautora do artigo, a fisioterapeuta Isabela Oliveira Azevedo Trindade, mestre em gerontologia e diretora executiva do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, acompanhou 138 voluntários nos seus próprios carros como passageira e pesquisadora. A faixa etária média dos participantes foi de 70,7 anos. Os critérios de inclusão implicavam dirigir com regularidade, ter visão e audição satisfatórias, escolaridade igual ou superior a quatro anos de estudo e não apresentar doença neurológica diagnosticada. A especialista afirma que idosos que levam mais tempo em testes de caminhada tendem a demonstrar direção insegura.

Segundo o geriatra Leonardo Pitta, professor de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde e supervisor do Programa de Residência Médica em Geriatria do Hospital de Base-DF, o risco de acidente para motoristas mais velhos, considerando a distância dirigida e o avanço da idade, aumenta de três a 20 vezes quando comparado ao risco de acidente para adultos.

“Não é porque a pessoa envelheceu que ela vai necessariamente ter perda de autonomia, inclusive para decidir sobre a própria mobilidade”, afirma Juliana Lima Quintas, especialista em neuropsicologia e avaliação psicológica e em gerontologia, que também assina o estudo. Porém, fechar os olhos para o outro lado também consiste em infração grave. “Se estiver comprovado um prejuízo importante no processo cognitivo, temos de intervir pela pessoa, pois não é ela quem vai intervir por si”, completa.


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