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Indígenas plantam e recuperam 150 hectares de Mata Atlântica em Minas Gerais

Há um ano e meio, 30 homens do povo tikmũ’ũn-maxakali passaram a semear o solo da Terra Indígena Maxakali e outras áreas demarcadas

Foram recuperados 150 hectares de vegetação nativa; outros 60 hectares se transformaram em quintais agroecológicos, com frutas e verduras.

 

 

 

Texto Estação do Autor com Folha de S.Paulo

Edição Scriptum

 

No nordeste de Minas, na divisa com a Bahia, indígenas que reconquistaram parte de seu território depois de expulsos dessa região séculos atrás, lideram a recuperação da Mata Atlântica, resgatando a floresta e suas tradições. Há um ano e meio, 30 homens do povo tikmũ’ũn-maxakali passaram a semear o solo da Terra Indígena Maxakali e outras áreas demarcadas da região. Neste período, foram recuperados 150 hectares de vegetação nativa. Outros 60 hectares se transformaram em quintais agroecológicos, com frutas e verduras.

Reportagem de André Borges para a Folha de S.Paulo (assinantes) destaca o Projeto Hãmhi – Terra Viva, idealizado por um grupo de pesquisadores indígenas e não indígenas em parceria com o Instituto Opaoká e apoiado pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, do Ministério Público de Minas Gerais. O objetivo é tentar salvar o que resta da Mata Atlântica, bioma que abrange cerca de 15% do País, em 17 Estados, onde vivem 72% dos brasileiros.

Dessa região, dependem diversos serviços essenciais, como abastecimento de água, regulação do clima, agricultura, pesca, energia elétrica e turismo. Hoje, no entanto, segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), restam apenas 24% da mata que existia originalmente e apenas 12,4% são florestas maduras e bem preservadas.

A coordenadora geral do Projeto Hãmhi, Rosângela de Tugny, explica que o projeto mineiro se inspira em uma ideia iniciada há mais de 30 anos, em plena floresta amazônica. Em 1994, nascia o Centro de Formação dos Povos da Floresta, na cidade de Rio Branco (AC), instituição pioneira dedicada à formação de professores e agentes agroflorestais indígenas. “O povo tikmũ’ũn sofre com uma série de dificuldades, mas este projeto tem ajudado a resgatar a floresta e suas culturas, diz Tugny.

Além da formação dos agentes indígenas, o projeto inclui a construção dos chamados viveiros-escola. Nesses espaços educativos, que são descritos pelas mulheres tikmũ’ũn como o “útero da floresta”, são produzidas as mudas destinadas ao reflorestamento e aos quintais agroflorestais.

Para o antropólogo Roberto Romero, coordenador de comunicação do projeto, a iniciativa tem ajudado a afastar problemas comuns de desnutrição que afetam os falantes da língua maxakali, cuja população total é de 2.585 pessoas.

 


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