Texto Estação do Autor com AgênciaReuters/CNN Brasil
Edição Scriptum
Nem só de brinquedos vive a Lego. A empresa que também produz tijolos plásticos exclusivos, anunciou nesta quarta-feira (28) que está a caminho de substituir os combustíveis fósseis usados na sua fabricação por plástico renovável e reciclado. A ideia é reduzir gradualmente o teor do óleo em seus tijolos pagando até 70% a mais pela resina renovável certificada, o plástico bruto usado para fabricar os tijolos. Um dos objetivos é também incentivar outras indústrias do setor a adotarem o mesmo princípio.
“Com uma família de proprietários comprometida com a sustentabilidade, é um privilégio podermos pagar mais pelas matérias-primas sem precisar cobrar mais dos clientes”, declarou o CEO Niels Christiansen ao repórter Jacob Gronholt-Pedersen, da Reuters, em matéria publicada no site da CNN Brasil.
Segundo Christiansen, a empresa está no caminho certo para garantir que mais da metade da resina necessária em 2026 seja certificada de acordo com o método de balanço de massa, uma forma auditável de rastrear materiais sustentáveis pela cadeia de suprimentos, ante 30% no primeiro semestre de 2024. A mudança ocorre em meio a um excedente de plástico virgem barato, impulsionado pelos investimentos de grandes empresas de petróleo em petroquímicos.
Os plásticos devem impulsionar a nova demanda por petróleo nas próximas décadas. Os fornecedores da Lego estão usando biorresíduos, como óleo de cozinha ou gordura residual da indústria alimentícia, bem como materiais reciclados para substituir combustíveis fósseis virgens na produção de plástico.
O incentivo da Lego parece estar dando resultados. A fabricante de brinquedos rival Hasbro começou a incluir materiais vegetais ou reciclados em alguns de seus produtos, mas sem estabelecer metas firmes sobre o uso de plástico. Já a também produtora de brinquedos Mattel planeja usar apenas plásticos reciclados, recicláveis ou de base biológica em todos os produtos até 2030.