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Medicina precisa acompanhar o envelhecimento da população

Faltam médicos e preparo para atender o número cada vez maior de pessoas da terceira idade nos consultórios

Há um déficit de pelo menos 28 mil profissionais dessa especialização no país.

 

Texto: Estação do Autor com o Globo

Edição: Scriptum

O preconceito contra pessoas mais velhas é cada vez mais comum nos consultórios médicos. Cresce o contingente de pacientes idosos no Brasil ao mesmo tempo em que faltam médicos preparados para atender essa população. Apenas 10% dos cursos de medicina têm a disciplina geriatria, que é o ramo especializado no estudo, na prevenção e no tratamento de pessoas na terceira idade. Há um déficit de pelo menos 28 mil profissionais dessa especialização no país.

Pressa, falta de atenção, omissão em tratar, pedir exames ou medicar são queixas de pacientes mais velhos. Reportagem de Constança Tatsch para o jornal O Globo (assinantes) traz a opinião de filhos e acompanhantes de idosos e a de especialistas que, preocupados com a questão, pedem mudanças estruturais e na formação dos profissionais de saúde.

Na avaliação do médico e gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, o problema começa na formação dos médicos. Kalache entende que há uma defasagem e afirma que a formação de hoje é a mesma aplicada quando cursou a faculdade nos anos 1960. Ele chama atenção para a expectativa de vida atual do brasileiro que é 20 anos mais alta do que naquela época.

Além da formação, o próprio mercado dificulta essa relação. A necessidade de atender um grande volume de pacientes acaba fazendo com que o tempo despendido com cada um seja cada vez menor.

Milton Crenitte, consultor em longevidade pela Unesco e colaborador do serviço de geriatria do Hospital das Clínicas da USP, critica a pressa nos atendimentos e indica a necessidade de mudanças estruturais. O geriatra defende a escuta, a individualização e o respeito em contraponto aos exames caríssimos geralmente indicados.

Para Juliana Venites, presidente do departamento de gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Estado de São Paulo, as queixas precisam ser tratadas quando surgem, sob o risco de os problemas se agravarem com o tempo. A população hoje envelhece melhor do que há 20 anos e não é mais possível negligenciar as particularidades do idoso, segundo a gerontóloga. Só assim, como prega a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) sobre a década do envelhecimento saudável, traremos “mais vida aos anos, não apenas mais anos à vida”, finaliza Venites.


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