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Metade das crianças refugiadas no mundo está fora da escola

Segundo estudo da ONU, só com a invasão da Ucrânia pela Rússia, cerca de 600 mil menores que deixaram o país não têm acesso ao estudo formal

Com o aumento crescente no número de refugiados ao redor do mundo, a situação tende a piorar.

 

Texto Estação do Autor com O Globo

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Deslocados à força de seus países, a cada ano mais de 7 milhões de menores ficam fora das salas de aula. Relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) divulgado recentemente, a partir de dados de 65 países, indica que metade das 14,8 milhões de crianças refugiadas ao redor do mundo não tem a chance de acessar o estudo formal.

Reportagem de Emanuelle Bordallo para o jornal O Globo mostra que, segundo o estudo, a educação de toda uma geração está em risco por conta do alto índice de evasão escolar. O Acnur aponta que entre outras questões que agravam o problema está a falta de políticas públicas inclusivas que vençam barreiras linguísticas.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, provocou o maior fluxo migratório na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O Acnur estima que, de 1,3 milhão de menores ucranianos que deixaram o país para fugir da guerra, 600 mil estão fora da escola, dependendo de métodos informais de ensino. O relatório alerta que a crise de refugiados ucranianos está gerando um impacto negativo prolongado na educação, comprometendo a aprendizagem e o futuro de crianças já expostas à vulnerabilidade.

Com o aumento crescente no número de refugiados ao redor do mundo, a situação tende a piorar. Em 2023, havia 117 milhões, segundo o Acnur. Até abril deste ano, a agência estima que em mais de 120 milhões, sendo 31,6 milhões de refugiados, entre eles, 7,2 milhões de jovens sem acesso à educação.

De acordo com o relatório, grande parte desses jovens sem acesso ao sistema educacional dependem exclusivamente de métodos informais de ensino, remotos e digitais, que perdem na eficiência e na socialização se comparado ao ensino regular. Para Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para Refugiados, “a educação pode salvar vidas”, além de abrir portas para o mercado de trabalho e permitir que refugiados sustentem suas famílias.


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