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O crescente impacto ambiental dos cruzeiros marítimos, que vão bater recorde em 2024

Cidades que são polos de atração turística, como Veneza e Barcelona, já proibiram a entrada dos navios em áreas históricas

O maior desafio do setor é, sem dúvida, a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis poluentes.

 

 

Texto Estação do Autor com BBC

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As projeções indicam que até o final deste ano 360 navios de cruzeiro terão transportado 30 milhões de passageiros, aumento de 9,2% em relação a 2019, antes da pandemia. Na medida em que os cruzeiros se multiplicam e os navios aumentam de tamanho, maior é o impacto ambiental, com alto consumo de combustível, emissão de CO2 e óxido de enxofre. As vendas de passagens para navios de cruzeiro atingiram níveis recordes em 2024.

Em reportagem de Isabelle Gerretsen para a BBC News, Constance Dijkstra, da ONG Transport & Environment, e outros ativistas alertam que apesar de companhias de cruzeiros começarem a divulgar suas “credenciais verdes”, poucas empresas estão reduzindo o impacto ambiental de sua atividade com a rapidez necessária.

Construído pela Royal Caribbean a um custo de US$ 2 bilhões, o Icon of the Seas é maior navio de cruzeiro do mundo. Com 365 metros de comprimento, tem 18 deques, sete piscinas e mais de 40 restaurantes, bares e lounges. É cerca de cinco vezes mais longo do que o Titanic. O navio é movido a gás natural liquefeito (GNL), descrito pela empresa como o “combustível marítimo de queima mais limpa existente”. Mas os ativistas ambientais afirmam que o GNL é prejudicial ao clima por lançar metano poluente na atmosfera, um gás cerca de 80 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2), ao longo de um período de 20 anos

Os resíduos são outro problema. Em 2019, os navios de cruzeiro com destino ou origem no Alasca descarregaram mais de 31 bilhões de litros de resíduos tóxicos no litoral do Canadá.

Há ainda a poluição sonora e seus prejuízos à vida marinha. Um estudo de 2012 concluiu que os ruídos de média frequência do sonar dos navios se sobrepõem ao canto das baleias chamando umas às outras.

As cidades portuárias estão começando a reprimir os navios de cruzeiro. Em 2021, Veneza proibiu os navios de entrarem no seu centro histórico. Eles agora ficam restritos ao porto industrial da cidade. A medida atendeu a um pedido da Unesco por causa dos danos causados pela poluição dos navios às construções históricas. Amsterdã, na Holanda, e Barcelona, na Espanha, também proibiram os navios no centro da cidade na tentativa de controlar a poluição e coibir o turismo de massa.

Para melhorar seus níveis de sustentabilidade as companhias de cruzeiro começaram a tomar medidas como a adoção de motores e aparelhos usando a energia do porto quando estão atracados, conduzindo sistemas de reciclagem e reduzindo o consumo de plástico descartável a bordo, por exemplo. No entanto, o maior desafio do setor é, sem dúvida, a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis poluentes.


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