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O “pescador de violões” transforma madeira descartada em arte no Rio Grande do Sul

Músico e marceneiro, Elson Lemos faz instrumentos de cordas com madeira descartada no Guaíba

Enquanto a prefeitura recolhia o lixo no Guaíba, Elson se deu conta de quehavia madeira nobre na beira do rio

 

 

Texto: Estação do Autor com GZH

Edição: Scriptum

 

O gaúcho Elson Lemos constrói instrumentos de cordas com materiais recolhidos na beira do Guaíba, em Porto Alegre. Marceneiro e pescador amador, ele lê os sinais da natureza. Para Lemos, o rio é um organismo vivo, que joga para fora tudo o que rejeita. Reportagem de William Mansque para GZH (assinantes) revela o processo de Elson, que redimensiona o lixo e o transforma em arte.

Quando vai à praia, o marceneiro lamenta ver o tipo de lixo que o Guaíba devolve, de fralda descartável a garrafa pet. Entretanto, as chuvas intensas de janeiro trouxeram outros tipos de dejetos para as margens. Enquanto a prefeitura recolhia o material, Elson se deu conta de que algo ali poderia ser aproveitado. Havia madeira nobre na beira do Guaíba. Lembrou-se, então, de um jovem morador do bairro, que costuma frequentar a praia à tarde para tocar violão. Ele, que também é músico, vislumbrou algumas conexões, como a inserção social pela música e a importância da reciclagem para o meio ambiente.

Elson trabalha nos instrumentos na oficina que tem no quintal de sua casa. O pescador relata que a madeira é toda preparada manualmente, sendo recortada, afinada e aplainada a mão. Posteriormente, o material é colado em tiras. Ele não usa madeiras inteiras, mas sim peças pequenas que são emendadas. É um trabalho muito delicado e específico, que requer pouca utilização de máquinas. Além da madeira, o osso de canela de boi, também recolhido na beira do rio, se transforma em pestanas e rastilhos para os instrumentos.

A princípio, Elson não pretende comercializar seus instrumentos. Ele quer melhorar ainda mais a qualidade de sua produção. Se possível, gostaria de inseri-los em algum projeto social, que pudesse promover um retorno daquilo que o Guaíba lhe trouxe. “Gostaria de inspirar outras pessoas a terem um olhar mais carinhoso para um material que é tão caro ao meio ambiente. Algo que pode ser reciclado, com fins mais nobres do que fazer um pallet ou jogar no fogo para queimar. Seria ideal que pudessem enxergar um novo sentido a essas madeiras, dando-lhes uma nova vida “, reflete o “pescador de violões”.


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