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Pesquisadores alertam para “epidemia silenciosa” de dependência química em idosos

Enfrentamento deve priorizar a conscientização sobre as interações entre medicamentos e substâncias como álcool, cannabis e opioides

Pesquisadores analisaram artigos de instituições internacionais que trataram de diferentes aspectos da dependência química em idosos.

 

Edição Scriptum com Estação do Autor e Jornal da USP

 

O aumento do consumo de álcool, maconha, analgésicos, tranquilizantes e outros medicamentos em pessoas acima de 60 anos, está sendo considerado por especialistas como uma “epidemia silenciosa”. Recentemente, pesquisadores da USP publicaram, na seção ‘Cartas ao Editor’ do World Journal of Psychiatry, um texto abordando a dependência química entre idosos. Defendem a necessidade de fortalecer políticas públicas em “literacia em dependência química”. O termo literacia diz respeito à capacidade dos idosos de acessar informações, compreender riscos e tomar decisões assertivas sobre o uso de substâncias químicas.

Reportagem de Ivanir Ferreira para o Jornal da USP trata do documento “Empoderando adultos mais velhos: aprimorando a alfabetização sobre dependência química para lidar com vulnerabilidades específicas”, compartilhado no World Journal of Psychiatry. Entre os temas abordados estão os impactos do uso de substâncias na saúde física e mental, o papel da literacia em saúde nessa faixa etária, o crescimento do consumo de drogas nos últimos anos e os efeitos da cannabis sobre a saúde dos idosos, dentre outros.

Os autores da carta são Kae Leopoldo, professor do Instituto de Psicologia da USP e pesquisador do Instituto Perdizes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e o médico psiquiatra João Maurício Castaldelli Maia, também do Instituto Perdizes do HC e professor da FMUSP. Os pesquisadores analisaram artigos de instituições internacionais que trataram de diferentes aspectos da dependência química em idosos.

Um trabalho que mereceu destaque, de autoria de pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa do Canadá, trata da tendência crescente do uso de cannabis entre pessoas com mais de 60 anos em diversas regiões do mundo. O estudo indica que a legalização da substância em alguns países impulsionou seu consumo entre idosos e observa que mudanças físicas e cognitivas relacionadas à idade podem alterar seus efeitos nesse grupo em comparação aos mais jovens.

Os resultados mostram que os efeitos terapêuticos da cannabis medicinal são inconsistentes, com alguns estudos, sugerindo benefícios em casos específicos, como câncer em estágio terminal ou demência, mas a maioria apontando mais riscos do que vantagens. Segundo Kae Leopoldo, muitos idosos desconhecem os riscos associados à dependência química, o que os deixa despreparados para lidar com a complexidade do uso de substâncias e seus efeitos.

Entre as estratégias sugeridas na carta estão campanhas de educação em saúde adaptadas, realizadas em centros comunitários, unidades de atenção primária e também em plataformas digitais. Essas ações devem priorizar três frentes: conscientizar sobre interações entre medicamentos e substâncias como álcool, cannabis e opioides; orientar sobre o uso seguro de drogas terapêuticas, como a maconha medicinal, reforçando que, na maioria dos casos, a prática mais segura é a abstinência; e promover a desestigmatização, criando espaços sem julgamentos para que idosos possam expor preocupações e buscar ajuda.


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