Texto: Estação do Autor com BBC News Brasil
Edição: Scriptum
O sangue criado em laboratório por pesquisadores no Reino Unido é o primeiro ensaio clínico do tipo no mundo. O principal objetivo não é substituir as doações e sim atender grupos sanguíneos ultrarraros, para os quais dificilmente se encontram doadores.
Voluntários já começaram a receber pequenas quantidades para avaliar como o sangue cultivado em laboratório se comporta no corpo humano.
Reportagem de James Gallagher para a BBC News mostra o desenvolvimento do projeto de pesquisa e como o sangue poderá ser útil no caso de pacientes que dependem de transfusões regulares para condições como anemia falciforme, por exemplo.
A pesquisa, conduzida por equipes de Bristol, Cambridge, Londres e do NHS Blood and Transplant, órgão do sistema público de saúde do Reino Unido, se concentra nos glóbulos vermelhos, que transportam oxigênio dos pulmões para o resto do corpo. Ashley Toye, professora da Universidade de Bristol, afirma que alguns grupos sanguíneos são extremamente raros. No caso de alguns deles, é possível que haja apenas dez pessoas no país com capacidade de doação. Um exemplo é o “Bombay”, identificado pela primeira vez na Índia e que, no momento, conta com somente três unidades em estoque em todo o Reino Unido. Daí a importância do experimento que, sem depender de doadores, poderá atender pessoas deste e de outros grupos sanguíneos incomuns, além de portadores de alguns distúrbios de saúde que necessitam de transfusões continuadas.