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Políticas públicas ignoram trabalho não remunerado realizado em casa

Pesquisa mostra o papel essencial do trabalho reprodutivo, aquele que mesmo invisível gera bens e serviços para a sociedade

 

Trabalho do cuidado envolve atividades diretas e indiretas, como alimentar uma pessoa idosa ou lavar roupa.

 

 

 

Texto Estação do Autor com Jornal da USP

Edição Scriptum

O Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (MAD) da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP vem desenvolvendo pesquisas sobre a utilização do tempo, especificamente em relação à distribuição de atividades, como trabalho remunerado, não remunerado e deslocamento. Os resultados revelam o papel essencial do trabalho reprodutivo, ou seja, aquele que mesmo invisível gera bens e serviços para a sociedade.

Reportagem publicada no Jornal da USP traz mais detalhes sobre o conceito da “pobreza de tempo” e a importância da criação de políticas públicas que apoiem o chamado trabalho do cuidado.

Segundo Letícia Graça, pesquisadora da USP e uma das autoras do artigo que aborda o assunto, o trabalho do cuidado envolve atividades diretas e indiretas, como alimentar uma pessoa idosa ou lavar roupa. Esse tipo de atividade é majoritariamente realizado por mulheres. Além de estar marcado por recortes de raça e classe, esse trabalho é essencial para a capacidade produtiva e o bem-estar social. Sem ele, realizado principalmente no âmbito privado, não seria possível promover essas condições de forma geral.

A pesquisadora entende que o conceito de “pobreza de tempo” é fundamental para compreender o problema, pois permite mapear atividades de serviço não mensuradas, às quais não são atribuídos valores. Como consequência, essas atividades não são consideradas em políticas públicas ou em medidas de retribuição financeira.

Sobre a questão de gênero, Letícia destaca a disparidade no trabalho do cuidado, especialmente entre mulheres negras, que dedicam 24,1 horas semanais, enquanto mulheres brancas gastam 22,3 horas. Já homens negros e brancos dedicam, em média, 12,5 horas. A renda per capita é também um diferencial. Famílias de menor rendimento gastam 28 horas em trabalho não remunerado, enquanto as mais ricas (acima de R$ 3.936) dedicam 17 horas. Para a pesquisadora, os dados são discrepantes e mostram a desigualdade brasileira se comparada com outros países da América Latina. No Brasil, os números estão muito abaixo da média mundial.


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