Texto: Estação do Autor com BBC News
Edição: Scriptum
Começou na semana passada, no segundo maior deserto de dunas do mundo, o Taklamakan, na China, a perfuração de um buraco de mais de 11,1 km de profundidade. Trata-se de um poço que vai atravessar pelo menos dez estratos geológicos, atingindo camadas que remontam ao período Cretáceo do planeta. A grandiosa obra tem duração prevista de 457 dias. Para a escavação serão necessárias mais de 2.000 toneladas em equipamentos e máquinas.
Reportagem de Atahualpa Amerise para a BBC News explica o que levou o país asiático a fazer um poço com profundidade maior do que a altura do Everest, e próximo à altitude máxima de um voo comercial. A perfuração tem dois propósitos: pesquisa científica e descobrir gás e petróleo.
Mesmo com medidas impressionantes, o buraco que a China está perfurando não será o mais profundo feito pelo ser humano. Um poço de perfuração construído na Rússia, em 1989, bateu o recorde ao atingir 12,2 quilômetros. Atendendo a uma convocação do presidente chinês Xi Jinping, a comunidade científica passou a avançar na exploração das profundezas da crosta terrestre. A iniciativa ocorre justamente no momento em que o país está dando passos importantes na consolidação como potência tecnológica e científica mundial.
A petroquímica estatal Sinopec, líder do projeto, atendeu ao desafio e declarou que o objetivo é “ampliar os limites da profundidade” na exploração geológica. Por outro lado, o representante da Corporação Nacional de Petróleo da China, Lyu Xiaogang, explicou que a operação, além do propósito da pesquisa cientifica, servirá para a exploração de recursos naturais essenciais como o gás e o petróleo.