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Por que agricultores europeus sofrem distúrbios psicológicos

A crise é continental; mudanças climáticas e as políticas públicas para conter o aquecimento global pressionam trabalhadores

Na Bélgica, quase metade dos 600 agricultores entrevistados reconheceu que seu trabalho causava sofrimento mental.

Texto: Estação do Autor com site DW

Edição: Scriptum

 

Na Europa, agricultores sofrem dupla pressão. Por um lado, está a mudança climática e, por outro, as políticas públicas para conter o aquecimento global. Fazendeiros alemães protestam nas ruas contra o corte de subsídios, demonstrando esgotamento e sofrimento mental.

A crise é continental. Recentemente, uma manifestação ganhou as manchetes com imagens de trabalhadores rurais em comboio de tratores buzinando e pilhas de pneus em chamas na parte externa do Parlamento Europeu. Reportagem de Kathleen Schuster publicada no site DW revela dados de pesquisas que documentam o lado mais silencioso e invisível dessa história.

Estudo com mais de 250 agricultores irlandeses constatou que 20% tiveram pensamentos suicidas nas semanas anteriores ao protesto e quase 40% relataram ter sofrido estresse. Na Bélgica, quase metade dos 600 agricultores entrevistados reconheceu que seu trabalho causava sofrimento mental. Na Alemanha e na Áustria, mais de um quarto relatou estar sofrendo de esgotamento, o dobro da taxa observada na população em geral.

Estima-se que 10% dos gases de efeito estufa da União Europeia sejam provenientes do setor agrícola, em grande parte produzidos pelo gado e pelos fertilizantes que liberam metano e óxido nitroso. Ambos são gases potentes que impulsionam o aquecimento do planeta. Os pesticidas, usados para manter a estabilidade das plantações, também são criticados por causar perda de biodiversidade.

Muitos agricultores dizem que o plano de eliminar gradualmente os subsídios agrícolas – que levou milhares de agricultores às ruas na Alemanha e na França – foi apenas a gota d’água.

O alemão Jürgen Donhauser, cuja fazenda é da família há gerações, explica que seus antepassados foram instruídos, após a Segunda Guerra Mundial, a “dar tudo de si para que não precisássemos mais passar fome”. Porém, ele se ressente do que considera falta de respeito ao papel dos representantes da categoria enquanto administradores da terra e fornecedores de alimentos. “Estamos constantemente sendo criticados e isso é exaustivo. Quem quer ser chamado de assassino de insetos, envenenador de poços, torturador de animais? É claro que isso afeta a pessoa.”, finaliza Donhauser.


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