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Preço baixo ameaça reciclagem de embalagem longa vida

Para os catadores, pagamento pelas caixinhas, que são altamente recicláveis, não compensam

 

Como a caixinha precisa ser desmembrada para poder ser reciclada, acaba muitas vezes não tendo um preço atrativo.

 

Texto: Estação do Autor com Um Só Planeta/O Globo

Edição: Scriptum

Há quarenta anos, a caixinha “longa vida” faz parte da vida dos brasileiros. A embalagem, reciclável, que conserva leite, sucos e alimentos, é resultado de uma tecnologia que uniu o papelão a camadas de alumínio e plástico, permitindo um acondicionamento que dispensa geladeira e otimiza a distribuição da indústria alimentícia. No entanto, a mesma tecnologia que torna essa matéria prima reciclável gera mais custos para o transporte, comprometendo o reaproveitamento do material.

Reportagem de Marco Britto para o site Um Só Planeta mostra porque os catadores estão preferindo recolher latinhas de alumínio em vez de caixinhas longa vida. Como se trata de um artigo que é desmembrado para poder ser reciclado, acaba muitas vezes não tendo um preço atrativo.

A Tetra Pak, empresa que praticamente implantou o segmento de embalagens cartonadas no País, investe energia e inteligência monitorando o mercado de reciclagem. Seus recursos são usados para que sigam girando as engrenagens que levam as caixinhas das latas de lixo à indústria papeleira.

Roberto Rocha, presidente da Ancat (Associação Nacional de Catadores), afirma que nos programas de coleta seletiva há um aumento significativo da presença dessa embalagem. Porém, o problema é o valor da comercialização. Além de presidir a associação, que conta com mais de 65 mil catadores cadastrados em todo o Brasil, Rocha também trabalha como catador. “Se estou na minha carrocinha e vejo uma latinha e uma caixinha, vou pegar a latinha. A caixinha vai passar direto. A embalagem cartonada paga R$ 0,45 a R$ 0,50 o quilo, e a latinha de alumínio vale R$ 6.”

A embalagem está chegando na cooperativa e não está indo para a reciclagem. A prefeitura coleta, leva para a cooperativa, separa, mas, por uma questão de custo do frete, não manda ao reciclador. “Para nós a prioridade é que essa embalagem vá para a reciclagem”, afirma Valeria Michel, diretora de sustentabilidade da empresa no Brasil e Cone Sul, reconhecendo a crise. Uma das iniciativas é o apoio ao transporte do material proporcionando uma renda maior para os recicladores.

Já o presidente da Ancat defende a importância da política de economia circular, além da discussão entre setor privado, catadores e todos os elos da cadeia de reciclagem Ele não reivindica assistencialismo, mas sim ações que gerem bons negócios para os catadores e para a sociedade como um todo.


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