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Primeiros imigrantes embarcam em ‘prisão flutuante’ no Reino Unido

Com capacidade para 506 pessoas, a embarcação recebe imigrantes ilegais que aguardam análise de pedidos de asilo

Com capacidade para 506 pessoas, a embarcação começou a receber imigrantes ilegais que aguardam análise de seus pedidos de asilo.

 

Texto: Estação do Autor com O Globo e agências internacionais

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Atracado na Ilha de Portland, no Reino Unido, o suntuoso navio Bibby Estocolmo vem sendo chamado de “prisão flutuante”. Em meio a controvérsias, com capacidade para 506 pessoas, a embarcação começou a receber imigrantes ilegais que aguardam análise de seus pedidos de asilo.

Ironicamente anunciado como “veículo de luxo”, o navio será destinado somente a homens em situação irregular. Reportagem publicada em O Globo (para assinantes) destaca críticas como a da ONG Care4Calais, ressaltando que alguns imigrantes “sobreviveram à tortura e à escravidão moderna e tiveram experiências traumáticas no mar”.

Com o aumento crescente de pedidos de asilo, as autoridades britânicas justificam a iniciativa como segura e econômica. Mais de 45 mil pessoas tentaram cruzar o Canal da Mancha em 2022. Porém, quem atravessa hoje o canal não tem direito a solicitar acolhimento legal. Uma nova lei, que entrou em vigor em julho, prevê que imigrantes irregulares sejam deportados para países terceiros, como Ruanda. O plano foi bloqueado pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos, gerando inúmeros processos judiciais. Defensores dos direitos humanos acusam Ruanda de suprimir a liberdade de expressão e a manifestação de oposição.

Diante da situação, mais de 50 organizações humanitárias divulgaram uma carta aberta à empresa responsável pelo Bibby Estocolmo. As ONGs citam evidências de laços históricos da companhia transatlântica com o comércio e transporte de pessoas escravizadas. Mesmo que a embarcação não seja reconhecida oficialmente como prisão, detalhes divulgados pelo porto de Portland sugerem que as pessoas serão mantidas em condições de detenção com restrições à liberdade de movimento. De acordo com as autoridades portuárias, os requerentes de asilo não terão autorização para circular pelo porto e serão mantidos no navio ou em complexos adjacentes.


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