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Quem deve pagar pelas injustiças da escravidão no Brasil?

O presidente de Portugal reconheceu a responsabilidade de seu país e deu início ao debate sobre a compensação a negros e indígenas

Escravagismo durou até 1888 no Brasil, sendo o último lugar nas Américas a decretar a abolição.

 

Texto: Estação do Autor com Agência Brasil

Edição: Scriptum

Em discurso semana passada, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu a responsabilidade de Portugal pela escravidão no Brasil. Essa é a primeira vez que um chefe de Estado português admite de forma contundente a responsabilidade do país na tragédia que ainda hoje ecoa na sociedade brasileira.

Nos dois lados do oceano, as opiniões se dividem cobrando um projeto concreto de reparação. Ainda que a atitude não seja compartilhada pelo conselho de ministros de Portugal, entidades civis de defesa de direitos humanos, acadêmicos e autoridades políticas receberam positivamente o discurso.

Especialistas consultados pela reportagem de Rafael Cardoso para a Agência Brasil indicam medidas e caminhos que deveriam ser tomados pelos Estados português e brasileiro para reparar injustiças contra africanos, indígenas e descendentes.

Para eles, diferentes nações europeias participaram de processos de colonização e escravização, mas Portugal se destacou no tráfico transatlântico de africanos. No entanto, ao analisar responsabilidades é importante lembrar que o sistema continuou no Brasil mesmo depois de separar-se de Portugal em 1822. E que, como Estado independente, o escravagismo durou até 1888, sendo o último lugar nas Américas a decretar a abolição.

Durante a realização do Fórum de Afrodescendentes na ONU, em Genebra, Naiara Leite, coordenadora-executiva do Odara, Instituto da Mulher Negra, defendeu que o governo de Portugal, do Brasil e de outros países que venham a reconhecer a escravização e o papel no processo de colonização devem compreender que não estão fazendo nenhum favor ao povo negro, aos afrodescendentes e às populações africanas. Para ela trata-se de um dever, uma obrigação. “O primeiro passo é o reconhecimento. Mas que a gente não leve mais anos ou séculos para que os países apresentem qual é o projeto de reparação”, cobra Naiara Leite.


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