Texto: Estação do Autor com Olhar Digital
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Na década de 1960, quando um computador custava milhares de dólares e precisava de uma sala para abrigá-lo, a artista húngara Vera Molnár passou a utilizá-lo no desenvolvimento de desenhos e pinturas. Apesar de seu pioneirismo na arte computacional e generativa, a exemplo de outras mulheres em diversas áreas, seu reconhecimento foi tardio.
Reportagem de Layse Ventura para o site Olhar Digital conta a história de Vera Molnár, que no início de sua carreira sofreu rejeição por seus pares e posteriormente foi responsável por impactar e influenciar outros artistas no mundo da arte generativa e digital.
Molnár nasceu em Budapeste, onde estudou na Escola de Artes Gráficas e desenvolveu suas habilidades em desenho e pintura tradicionais. No período da Segunda Guerra Mundial, a artista se refugiou na Suíça e ao final da guerra se estabeleceu em Paris, onde passou a maior parte da vida e carreira. No início de sua trajetória foi influenciada por artistas geométricos como Mondrian e Klee. Resolveu, então, experimentar a construção dessas formas usando papel e tinta. Frustrada com as limitações desses meios convencionais e auxiliada por um amigo programador, passou a usar algoritmos para criar obras de arte.
A “madrinha da arte generativa” faleceu aos 99 anosno dia 7 de dezembro de 2023, em Paris. Segundo Michael Bouhanna, chefe global de arte digital da Sotheby’s, ao The New York Times,” Vera Molnár é uma das pouquíssimas artistas que teve a convicção e perseverança de fazer arte visual baseada em computador em uma época em que não era levada a sério como forma de arte, com críticos denunciando a forma emergente porque não acreditavam que a mão do artista estivesse evidente no trabalho”.
Na contramão da incompreensão e falta de apoio enfrentados inicialmente, suas obras hoje são exibidas em galerias e museus de prestígio ao redor do globo.