Texto Estação do Autor com O Globo
Edição Scriptum
Robôs humanoides projetados com o uso de inteligência artificial já estão em fase de testes em montadoras como Mercedes-Benz, BMW e nos centros de distribuição da varejista on-line Amazon, nos Estados Unidos. Semelhantes aos humanos, eles são bípedes, possuem braços articulados, mãos para manipular objetos e circuitos capazes de aprender e tomar decisões. Com sensores, câmaras e microfones, são capazes de entender o ambiente ao seu redor.
Dispositivos tecnológicos que imitam humanos já existem há tempos, mas a inclusão de modelos de IA mais potentes está fazendo a diferença ao aprimorar habilidades, dispensar o controle remoto ou evitar programação constante por um humano. Os humanoides agora têm capacidade de aprender e executar tarefas complexas. Reportagem de Juliana Causin para O Globo (assinantes) mostra como o desenvolvimento desses robôs abre nova trincheira na batalha entre EUA e China, já que os principais desenvolvedores são destes dois países.
Esther Colombini, professora de robótica e IA do Instituto de Computação da Unicamp, explica que a escolha pelo formato humano não é estética, mas funcional, pois se a operação acontece em uma estrutura física feita para humanos é possível introduzi-los nesses ambientes sem adaptações. A pesquisadora ressalta que robótica e inteligência artificial “sempre andaram juntas”, mas os avanços recentes na IA deram mais capacidade de identificar objetos, reconhecer pessoas e se locomover.
Nessa corrida tecnológica, a China parece despontar. No início deste ano, um relatório do Morgan Stanley mapeou as cem principais empresas e setores ligados a toda a cadeia de desenvolvimento de robôs humanoides: 73% das companhias envolvidas estão na Ásia, sendo 56% na China.
Assim como aconteceu com carros elétricos e IA, o país asiático incluiu os humanoides em sua estratégia de crescimento. Em 2023, o governo lançou seu primeiro plano específico para a área, com a meta de, neste ano, ter robôs em produção massiva, com “duas a três empresas com influência global”. Em 2027, Pequim quer ter humanoides “profundamente integrados à economia real”.