Texto Estação do Autor com Agência Brasil
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As mudanças no ensino médio, em fase de elaboração pelo Ministério da Educação (MEC), estão sendo acompanhadas com preocupação pelos profissionais da área. Por isso, secretários estaduais e os conselhos Nacional, estaduais e distrital de Educação estão pedindo que as alterações ocorram só a partir de 2025.
O argumento é que o Novo Ensino Médio, aprovado em 2017, foi implementado no ano passado nas escolas de todo o País e que as mudanças exigirão um período de transição factível. Os secretários e conselheiros entendem que eventuais mudanças implicariam em novos ajustes e regulamentações, incluindo a reescrita do referencial curricular, o que seria inviável de ser feito a tempo para o ano letivo de 2024.
Reportagem de Mariana Tokarnia para a Agência Brasil destaca outros pontos apresentados ao MEC que justificam o pedido de mais tempo para implantar as mudanças
O modelo do Novo Ensino Médio é alvo de críticas e o governo atual comprometeu-se a revê-lo. Entre as propostas de mudança colhidas em consulta pública, o MEC indica a ampliação da carga horária da parte comum, a recomposição de componentes curriculares e o fim da educação a distância (EaD) para a Formação Geral Básica.
Os conselhos e fóruns acionais de educação, no entanto, defendem a manutenção da EaD. Segundo eles, o ensino mediado por tecnologia “é pré-requisito para viabilizar a implementação da reforma no turno noturno e necessário ao equacionamento das especificidades territoriais de cada região”. Também são apontadas as questões de infraestrutura, logística de transporte escolar e falta de professores.
Outras entidades também se manifestaram. Para a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a lei do Novo Ensino Médio deve ser imediatamente revogada. Os estudantes apontam que da forma como vem sendo aplicada, a lei apenas aumenta as desigualdades entre os estudantes que dependem das condições de oferta e de qualidade de cada rede de ensino.