Texto: Estação do Autor com AFP/Folha de S.Paulo
Edição: Scriptum
Do tamanho de um carro para quatro pessoas e pesando 2,8 toneladas, a maior câmera digital do mundo está instalada em um telescópio na região Norte do Chile. Os astrônomos do Observatório Vera C. Rubin esperam revolucionar o estudo do Universo com o dispositivo que será capaz de abranger o céu como nunca antes. Em reportagem de Axl Hernandez para a AFP publicada na Folha de S.Paulo (assinantes), Bruno Dias, presidente da Sociedade Chilena de Astronomia (Sochias), afirma que, com a nova câmera, será possível “estudar uma estrela e saber toda a física em profundidade dessa estrela, para estudar bilhões de estrelas de uma vez”.
Com um custo de cerca de US$ 800 milhões (R$ 3,95 bilhões), o equipamento começará a captar imagens no primeiro semestre de 2025. A cada três dias, fará uma varredura do céu, repetirá o movimento várias vezes, permitindo aos cientistas aprofundar a análise do Universo. Para Stuartt Corder, subdiretor da NoirLab, centro de pesquisa americano que administra o observatório localizado no monte Pachón, o novo aparato determina uma mudança de paradigma na astronomia.
As condições naturais dos desertos do país latino-americano, localizados entre o Oceano Pacífico e a cordilheira dos Andes, geram os céus mais limpos do planeta graças a sua baixa nebulosidade e clima seco. O Chile abriga telescópios de mais de 30 países, entre os quais alguns dos instrumentos astronômicos mais poderosos do mundo, como o Observatório Alma, o radiotelescópio mais potente e o futuro Telescópio Extremamente Grande, que em 2027 alcançará distâncias jamais vistas. Embora outras nações, como Estados Unidos, Austrália, China e Espanha também tenham em seus territórios poderosos equipamentos de observação, o presidente da Sochias defende que o “Chile é imbatível” no campo da astronomia.