Texto Estação do Autor com ONU News
Edição Scriptum
O ano de 2023 foi marcado pela morte de jornalistas no exercício da profissão. Segundo a Unesco, os números praticamente dobraram se comparados aos últimos três anos. De um total de 65 assassinatos, pelo menos 38 deles foram em países em conflito.
Reportagem publicada pela ONU News registra o alerta da UNESCO que, ao defender a liberdade de expressão, ressalta a preocupação com intimidações contra a imprensa. As ameaças aos correspondentes e o ambiente hostil geram “zonas de silêncio”, com graves consequências para o acesso à informação. Os jornalistas também enfrentam situações críticas como danos generalizados e destruição de infraestrutura e escritórios de mídia. Entre as ameaças estão ataques físicos, detenção, confisco de equipamentos ou negação de acesso a locais de reportagem.
A diretora-geral da agência, Audrey Azoulay, apelou pela proteção dos profissionais enquanto civis, tal como estipulado no direito internacional. A violência em curso no Oriente Médio é responsável pela maioria das mortes, sendo que a crise Israel-Palestina contribui para o aumento desses números. Segundo a Unesco, foram relatados até agora 19 assassinatos na Palestina, três no Líbano e dois em Israel desde 7 de outubro. Afeganistão, Camarões, Síria e Ucrânia também registraram pelo menos duas mortes cada.
A agência condena e monitora o acompanhamento judicial de cada assassinato, além de promover treinamentos e trabalhar com governos para desenvolver políticas e leis de apoio. A documentação e análise das diferentes formas de ameaças também são tarefa da UNESCO. Em relatório recente foi detectado um aumento global da violência contra jornalistas durante períodos eleitorais, causando especial apreensão por parte da instituição. No próximo ano, 2,6 bilhões de pessoas irão às urnas em mais de 60 países.