Redação Scriptum
A eleição de Javier Milei para a presidência da república na Argentina foi o tema central da reunião semanal do Espaço Democrático nesta terça-feira (21). O economista Luiz Alberto Machado falou sobre o processo e eleitoral no país vizinho e sobre o perfil do vencedor, tema que já havia abordado em artigo publicado no site da fundação.
O economista resumiu as condições que levaram o eleitorado argentino a escolher Milei ao comparar indicadores que mostram como o presidente em final de mandato, Alberto Fernández, recebeu a Argentina e como a entregará ao sucessor no próximo mês: a dívida externa subiu de US$ 35 bilhões para US$ 447 bilhões; o risco país, de 767 pontos para 2.400; a inflação, de 34,28% a 138% ao ano; a taxa de juros, de 45% para 133%; o dólar, de 38 para 358 pesos; e a população em situação de pobreza, de 9,7% para 40%. “Esses números inviabilizaram o peronista Sérgio Massa, apoiado pelo atual presidente”, disse.
Machado traçou um perfil de Milei como economista que defende idéias como o fim do Banco Central e a dolarização da economia argentina. “Ele faz parte da chamada Corrente Evolucionista, limítrofe entre a Escola Austríaca a Escola Libertária”. E citou o economista Helio Beltrão, fundador do Instituto Mises Brasil, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo: “Liberalismo, libertarianismo e anarcocapitalismo não tem nada a ver com ultradireita. O ultradireitista defende o nacional-desenvolvimentismo, com forte interferência do Estado na economia. O ultradireitista também é contra o casamento gay e a favor da proibição das drogas. O Milei não é nada disso”.
Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático e assistiram à exposição de Luiz Alberto Machado o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, o economista Roberto Macedo, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, o gestor público Januario Montone e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação do Espaço Democrático.