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Argentina vive mais um capítulo de sua interminável crise econômica

Luiz Alberto Machado falou sobre o cenário atual do país vizinho na reunião semanal do Espaço Democrático

Luiz Alberto Machado: “Argentina está acostumada à quebra e à recuperação e ao declínio relativo”

 

Redação Scriptum

 

A inflação acumulada em 12 meses na Argentina, de 108,8%, é apenas a face mais visível de uma série de crises que parecem intermináveis no país vizinho: a taxa básica de juros subiu este mês para 97% ao ano; a dívida externa já bateu em US$ 277 bilhões; a dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é superior a US$ 40 bilhões, a maior do mundo; e as reservas internacionais somam apenas US$ 30 bilhões. Com este quadro, a Argentina não consegue atrair investimentos externos e a economia do país patina, demonstrou o economista Luiz Alberto Machado em apresentação nesta terça-feira na reunião semanal do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD.

“A incerteza é enorme e está marcada pela indefinição política: as eleições presidenciais que serão realizadas em outubro têm candidatos de todos os partidos e suas respectivas facções; a única certeza, até agora, é que Alberto Fernández, Cristina Kirchner e Mauricio Macri provavelmente não disputarão”.

Em sua fala, o economista fez um histórico dos vários planos econômicos argentinos para enfrentar a inflação crônica do país. “A Argentina está acostumada à quebra e à recuperação e ao declínio relativo”, disse. “Desde 1921, quando era um dos países mais ricos do mundo, com um PIB per capita que equivalia ao da França e da Alemanha, teve inflação anual média de 105% e se viu obrigada a mudar cinco vezes de moeda”, apontou Machado. “Desde 1980, suspendeu cinco vezes os pagamentos de sua dívida externa, nenhum país no mundo iguala essa marca de calote”.

 

 

Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático

 

O desempenho histórico da inflação foi capítulo à parte na exposição do economista. Ele mostrou que no período mais crítico da economia argentina, entre 1980 e 2022, a taxa média de inflação foi de 206,2% ao ano. “No total, o aumento de preços durante este período foi de inimagináveis 902,38 bilhões por cento. Significa que um, um item que custou 100 pesos em 1980 foi cotado a 902,38 bilhões de pesos no início de 2023.

Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático e da palestra de Luiz Alberto Machado o também economista Roberto Macedo, os cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo, o advogado e empresário Helio Michelini, o sociólogo Tulio Kahn, o consultor na área de saúde Januario Montone, o presidente da Fundação CASA, João Veríssimo Fernandes, e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação da Fundação Espaço Democrático.


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