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Brasil precisa de políticas de Estado para enfrentar o suicídio

Psiquiatra Ruy Mendes Filho fez palestra no Espaço Democrático e mostrou números dramáticos

Ruy Mendes Filho: suicídio é “um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades”

 

Redação Scriptum

 

O Brasil precisa mais do que a campanha internacional Setembro Amarelo – conduzida no Brasil pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) – para enfrentar o suicídio, que já atinge a condição de problema de saúde pública ao registrar números crescentes nas Américas, ao contrário do que ocorre na Europa. “São necessárias políticas de Estado, e não necessariamente apenas na área de saúde”, defende o psiquiatra Ruy Mendes Filho, que falou sobre o tema na reunião semanal do Espaço Democrático – a fundação para Estudos e Formação Política do PSD – nesta terça-feira (16). “Só receitar antidepressivo não adianta”, disse ele.

Ouça em podcast como foi o encontro:

 

 

 

O especialista apresentou dados preocupantes levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A mais recente pesquisa da instituição, realizada em 2019 – anterior à pandemia de Covid-19, período ao longo do qual se especula que os números cresceram – aponta que anualmente morrem mais pessoas de suicídio que de malária ou câncer de mama, por exemplo. São registrados cerca de 700 mil suicídios por ano no mundo, de acordo com a OMS, “o suicídio está entre as quatro maiores causas de morte entre os jovens entre 15 e 29 anos, atrás de acidentes de trânsito e a violência urbana, por exemplo”, apontou o psicanalista.

A pesquisa da OMS mostrou que a taxa global de suicídio caiu 36% na Europa entre 2000 e 2019. Nas Américas, porém, houve um aumento de 17%. “No Brasil, estima-se que há 14 mil casos por ano, sem contar a subnotificação”, diz Mendes Filho. “Isso significa que em média 38 pessoas cometem o suicídio no Brasil todos os dias”.

Reunião semanal do Espaço Democrático: segundo a OMS, anualmente morrem mais pessoas de suicídio que de malária ou câncer de mama

 

Segundo ele, o suicídio é “um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades”. No Brasil, 9,9 mortes a cada 100 mil são de homens, enquanto as mulheres respondem, por 2,6 mortes a cada 100 mil.

Mendes Filho observou que 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, entre os quais a depressão ocupa lugar de destaque. Em sua apresentação ele descreveu as várias situações que podem desencadear o suicídio.

Após a palestra houve troca de ideias sobre o tema entre o Mendes Filho e os consultores que participaram da reunião semanal do Espaço Democrático: os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, os cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo, o advogado e empresário Helio Michelini, o o sociólogo Tulio Kahn, o consultor na área de saúde Januario Montone, o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, a secretária nacional do PSD Mulher e suplente de senador Ivani Boscolo, e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação da Fundação Espaço Democrático.


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