Pesquisar

tempo de leitura: 2 min salvar no browser

{ DIÁLOGOS NO ESPAÇO DEMOCRÁTICO }

Brasil precisa ser mais agressivo para estancar a queda da cobertura vacinal

Em entrevista para a TV Espaço Democrático, epidemiologista Wanderson Oliveira mostra cenário dramático da vacinação infantil

 

Redação Scriptum

A dramática queda da cobertura vacinal infantil no Brasil, que vem se agravando desde 2015, é um fenômeno que tem razões multifatoriais. “Não se explica apenas pela falta de informação das pessoas ou pelo crescimento dos movimentos antivacina em todo o mundo”, diz o epidemiologista Wanderson Oliveira. “As causas envolvem questões culturais, econômicas, educacionais e de organização”.

Entrevistado no programa Diálogos no Espaço Democrático, produzido pela TV da fundação de estudos e formação política do PSD e disponível em seu canal de Youtube, Wanderson, que fez parte da equipe do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta no primeiro estágio de enfrentamento da Covid-19 no Brasil, mostrou um cenário preocupante da vacina infantil.

Relatório do Ministério da Saúde divulgado no ano passado revela que os índices de cobertura vacinal, que chegaram a 97% em 2015, caíram a 75% em 2020, uma volta ao percentual de 1987. Entre 2015 e 2021 as maiores quedas foram da BCG (38,8%) – vacina aplicada ainda na sala de parto – e da hepatite A (32,1%). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de abril último mostram que quase 26% da população infantil brasileira não recebeu nenhuma dose de vacina em 2021. Pior: vacinas essenciais como a BCG, a tríplice bacteriana e as contra a hepatite B e a poliomielite têm taxas de cobertura menores que as médias mundiais.

Wanderson, que é doutor e mestre em epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com especialização nos Estados Unidos nas áreas de epidemiologia de campo e gestão, e geoprocessamento na UNB, defende que o Ministério da Saúde adote uma postura mais agressiva para retomar a vacinação em massa. “As redes sociais mudaram muito as relações modernas e hoje não adiantam apenas aquelas campanhas de vacinação em jornais e TV que funcionavam no passado”, disse. A oferta de serviços também precisa melhorar, apontou. “Não adianta o cidadão chegar para se vacinar às 19h e o posto de saúde estar fechado”.

O epidemiologista lembrou que o País não tem planejamento de longo prazo e este é um complicador. “Nós desenvolvemos, em 2019, por exemplo, o calendário vacinal, um aplicativo que pode oferecer a localização dos mais de 11 mil postos de vacinação do País e reunir todas as vacinas do cidadão, mas não foi adiante”, contou. “Seria informação para o cidadão e o Ministério da Saúde”. Wanderson foi entrevistado pelo gestor público na área de saúde Januario Montone e pelos jornalistas Sérgio Rondino, âncora do programa, e Eduardo Mattos.


ˇ

Atenção!

Esta versão de navegador foi descontinuada e por isso não oferece suporte a todas as funcionalidades deste site.

Nós recomendamos a utilização dos navegadores Google Chrome, Mozilla Firefox ou Microsoft Edge.

Agradecemos a sua compreensão!