Redação Scriptum
Os dias quentes deste outono de 2024 devem contribuir para o aumento dos casos de dengue no País. O alerta foi feito pelo gestor de saúde pública Januario Montone em reunião semanal dos consultores do Espaço Democrático, a fundação para estudos e formação política do PSD. Os casos da doença já se aproximam dos 4 milhões e se os dias continuarem quentes, favorecendo a reprodução do Aedes aegypti, a perspectiva é de que se chegue a cinco milhões com um número também recorde de mortes.
O Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde mostrava, no dia 24 de abril, um total 1.725 mortes, com mais 2.200 casos fatais em investigação. O quadro, assim, se mostra muito mais grave do que em anos anteriores (em 2023, por exemplo, o total de casos foi de 1,64 milhão, com cerca de 1.220 mortes).
Montone lembrou que a vacina não ajudou em nada esse processo, pois o total de doses disponíveis (3 milhões) era muito pequeno para fazer diferença. Também destacou que a dengue não é uma doença letal – “Se bem tratada, não leva à morte” –, mas o volume de casos fatais mostra que o sistema de saúde não funcionou. “Houve uma sequência de problemas, que se acumularam nos anos anteriores”.
Ele disse acreditar, no entanto, que a repercussão dos problemas enfrentados este ano deve contribuir para uma retomada dos cuidados nos próximos meses e que os recordes negativos não devem se repetir nos próximos anos. “Mas não é possível relaxar nessa questão. Se a vigilância e as medidas de enfrentamento não forem levadas a sério, teremos novas dificuldades à frente”, afirmou.
Além de Montone, participaram da reunião de consultores do Espaço Democrático, na terça-feira (23), o economista Luiz Alberto Machado, o jornalista Marcos Garcia de Oliveira, o economista Roberto Macedo, os cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo, o jornalista e coordenador de Comunicação do ED Sérgio Rondino, o sociólogo Tulio Kahn e o coordenador nacional de relações institucionais do ED, ex-deputado federal Vilmar Rocha.