
Conjuntura pré-eleitoral foi um dos temas da reunião semanal desta terça-feira (25) do Espaço Democrático
Redação Scriptum
A eleição presidencial será apenas no último trimestre do ano que vem, mas os primeiros movimentos da campanha já foram dados. E a polarização entre esquerda e direita continua sendo o pano de fundo deste cenário: de um lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta recuperar a popularidade perdida, como mostram as mais recentes pesquisas, para manter a esquerda no poder; de outro, o ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível e enfrentando o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, continua se apresentando como o maior líder da direita brasileira. Esta conjuntura pré-eleitoral foi um dos temas da reunião semanal desta terça-feira (25) do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD.
Bets
Outro tema, levantado pelo gestor público Januario Montone, foi o relatório final da CPI das Bets – como ficou conhecida a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas – aprovado na semana passada após mais de um ano de trabalhos. O documento pediu apenas o indiciamento dos empresários William Pereira Rogatto e Thiago Chambó Andrade, e também de Bruno Tolentino, tio do jogador de futebol profissional Lucas Paquetá, envolvido em denúncias de manipulação de resultados.
O relatório sugere aprimoramentos na legislação brasileira para torná-la mais efetiva no combate à manipulação e fraudes no mercado de apostas, mas deixa de abordar, segundo Montone, o mais perverso dos problemas causados pelas bets, que é o de saúde pública, pessoas que se viciam no jogo. A importância do assunto motivou duas entrevistas da fundação do PSD no programa Diálogos no Espaço Democrático: com o psiquiatra Hermano Tavares, fundador e coordenador do Programa Ambulatorial do Jogo Patológico (PRO-AMJO), do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP) e com um integrante do grupo Jogadores Anônimos, que se identificou na conversa apenas como João e contou como é realizado o trabalho da organização com viciados em jogo.
Adolescência
A complexa relação atual entre pais e filhos adolescentes foi comentada pelo cientista político Rubens Figueiredo, a propósito da minissérie Adolescência, hit do momento na Netflix. Figueiredo classificou o seriado de obra-prima. “Mostra a distância que temos do mundo deles, dos adolescentes”, disse. A série criada por Stephen Graham, que também atua como um dos personagens, narra a história de Jamie, garoto de 13 anos que vive na Inglaterra e é acusado de matar uma colega de escola a facadas. “Adolescentes têm um mundo à parte, com códigos que não conhecemos, linguagem que não conhecemos, e as redes sociais exercem forte influência sobre eles”, definiu Figueiredo.
Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, o advogado Roberto Ordine, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini e Januario Montone, o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de comunicação da fundação do PSD.