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Espaço Democrático debate a expansão do crime organizado para a economia formal

Ex-secretário nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho e o sociólogo Tulio Kahn analisaram a operação que desarticulou o esquema do PCC

O coronel José Vicente: falta ao Brasil uma estrutura interinstitucional para articular ações de “seguir o dinheiro”

Redação Scriptum

 

A operação que desarticulou o complexo esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), que passou a usar empresas que oferecem serviços financeiros digitais (fintechs) para alocar na economia formal recursos de atividades criminosas, foi tema da reunião desta segunda-feira (01/09) do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD. O coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, e o sociólogo Tulio Kahn analisaram o avanço do crime organizado sobre a economia formal.

Os dois especialistas concordaram que a receita bem-sucedida usada pelo Ministério Público de São Paulo com a Polícia Federal, a Receita Federal  e a Polícia Militar é conhecida há muito tempo: “É seguir o dinheiro”, aponta Kahn. “E integração institucional”, completa José Vicente. Eles lembraram que falta ao Brasil uma estrutura interinstitucional para articular esse tipo de ação.

“Já foi proposta a criação de uma agência nacional para combater as organizações criminosas, inspirada no modelo italiano que surgiu para o enfrentamento da máfia”, disse José Vicente. “Mas houve resistência da Polícia Federal, que considerou uma invasão de prerrogativas”. Ele considera que essa coordenação poderia ser feita pelo Ministério da Segurança Pública, que foi extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro tão logo assumiu o seu mandato. Kahn concorda com a ideia: “Falta um desenho institucional mais claro, faz falta uma área específica para combater o crime organizado, uma espécie de gabinete antimáfia”.

O sociólogo, que é especialista em segurança pública afirmou que não entende por que operações como essas são tão raras. “Há anos circula a informação de que o PCC controla postos de gasolina, assim como o transporte clandestino de cidades como São Paulo. Por que demorou tanto?”

 

Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático

 

Para José Vicente, outra pergunta precisa ser respondida: “Como chegamos até aqui?”  Ele destacou que “a polícia saiu da favela e foi à Faria Lima, expôs a pujança do crime organizado no Brasil, mas as organizações criminosas só se expandiram pelas falhas institucionais de quem tinha a incumbência de fazer a contenção, não foi apenas mérito do crime organizado”.

Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático, coordenada pelo jornalista Sérgio Rondino, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, os gestores públicos Mário Pardini Januario Montone, o engenheiro e professor pós-doc da USP José Luiz Portella, o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge, o advogado Roberto Ordine, a secretária do PSD Mulher nacional, Ivani Boscolo, e o jornalista Eduardo Mattos.


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