
Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático
Redação Scriptum
A conjuntura política, social e econômica do Brasil foi o tema da reunião semanal do Espaço Democrático, a fundação para estudos e formação política do PSD nesta segunda-feira (8/9), em São Paulo.
O engenheiro José Luiz Portella, professor pós-doc da Universidade de São Paulo (USP), lembrou que há anos a sociedade brasileira reclama, mas nada é feito. “Sabemos o que está errado, mas não acontece nada”, disse. “A culpa é da sociedade ou dos políticos?” Ele criticou especialmente as emendas parlamentares, que drenam recursos das políticas públicas de largo alcance. “O orçamento deveria representar as diretrizes do governo que ganhou a eleição, mas as emendas distorcem esse quadro, provocando grande fragmentação orçamentária”, apontou.
O economista Luiz Alberto Machado lembrou que as distorções brasileiras são históricas. “Na época do Banco Nacional da Habitação, o BNH, criado para facilitar a aquisição de casa própria pelas classes socioeconômicas mais baixas, todo mundo comprava – apartamento na praia, sítio -, menos os pobres”. Outro economista, Roberto Macedo, chamou a atenção para o fato de que a taxa de investimento público no Brasil é baixíssima. “Não adianta fazer apenas política social”, disse.
Há, ainda, a questão do desequilíbrio fiscal, levantada pelo advogado Roberto Mateus Ordine. “O endividamento brasileiro é de quase 80% do PIB”, lembrou. “O governo precisa diminuir despesas, o gasto não pode ser maior que a arrecadação”.
O cientista politico Rogério Schmitt fez uma avaliação retrospectiva. “Se olharmos para trás veremos que nem tudo é ruim”, disse. “O Brasil vive o seu ciclo democrático mais longevo, o IDH do País, que em 1990 era de 0.620, em 2023 era de 0.786, e o Congresso, nossa classe política, aprovou vários projetos importantes, como o imposto sobre consumo, que estava na pauta desde 1988”.
Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, os cientistas políticos Rogério Schmitt e Rubens Figueiredo, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini e Januario Montone, o engenheiro José Luiz Portella, o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge, o advogado Roberto Ordine, a secretária do PSD Mulher nacional, Ivani Boscolo, e os jornalistas Eduardo Mattos e Sérgio Rondino, coordenador de Comunicação do Espaço Democrático.