
Reunião semanal de colaboradores do Espaço Democrático
Redação Scriptum
O momento de estresse na conjuntura política brasileira foi tema da reunião semanal do Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD – nesta segunda-feira (22), em São Paulo. Cientistas políticos, economistas, advogados e gestores públicos fizeram apontamentos sobre os dois projetos que mobilizam o Legislativo: a chamada PEC da Blindagem, que foi aprovado na Câmara e seguiu para o Senado, e o PL da Anistia, agora já rebatizado de PL da Dosimetria.
O cientista político Rubens Figueiredo fez a principal exposição do encontro. Comentou que a reação popular ao Projeto de Emenda Constitucional que transfere para o Congresso a prerrogativa de autorizar a abertura de processos criminais contra deputados e senadores mudou os ânimos em relação à proposta que, na prática, submete o Supremo Tribunal Federal (STF) a pedir aval do Legislativo para dar continuidade a uma ação penal contra um parlamentar. “Algumas pesquisas apontam que até 76% das pessoas consultadas são contra”, apontou. Já o Projeto de Lei da Anistia, que agora envolve os deputados Paulinho da Força (Solidariedade) e Aécio Neves (PSDB), além do ex-presidente Michel Temer (MDB), de qualquer forma vai desagradar contingente significativo da população. “Em uma sociedade polarizada, na qual as pesquisas mostram Lula e Bolsonaro com mais de 40% de rejeição, muita gente não vai gostar do resultado, seja qual for ele”, disse.
Figueiredo acredita, porém, que o Legislativo deu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva duas boas bandeiras no momento em que a pré-campanha para as eleições do ano que vem já está nas ruas. “As manifestações do final de semana trouxeram a esquerda de volta às ruas, o que não acontecia há mais de 20 anos”, diz. “A esquerda parecia ter perdido a capacidade de mobilização e agora está de volta ao lado de ícones da MPB, Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso”.
Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático, coordenada pelo jornalista Sérgio Rondino, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini e Januario Montone, o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge, o advogado Roberto Ordine, a secretária do PSD Mulher nacional, Ivani Boscolo, o coordenador nacional de Relações Institucionais da fundação, Vilmar Rocha, e o jornalista Eduardo Mattos.