Redação: Scriptum
Reduzir o déficit habitacional é uma tarefa de grande complexidade, especialmente nas regiões metropolitanas, mas há boas soluções que o futuro governador do Estado de São Paulo poderá adotar para enfrentar o problema. O diagnóstico foi feito nesta quinta-feira (9), pela arquiteta e urbanista Maria Teresa Diniz na primeira da série de reuniões temáticas que o Espaço Democrático – a fundação para estudos e formação política do PSD – realiza em apoio à elaboração do programa do pré-candidato do partido ao governo do Estado de São Paulo, Felicio Ramuth. Maria Teresa é professora no curso de especialização “Planejamento e Gestão de Cidades”, do PECE Poli, coordenado pelo USP Cidades e foi convidada a participar das reuniões da fundação pelo coordenador do programa de governo de Felicio, Marcelo Branco.
As ideias apresentadas por Maria Teresa foram desenvolvidas a partir de discussões com outros dois arquitetos e engenheiros, Ricardo Pereira Leite, secretário da Habitação do município de São Paulo na gestão de Gilberto Kassab, e Domingos Pires, diretor de Desenvolvimento e Gestão da SP Urbanismo e secretário-adjunto de Desenvolvimento Urbano de São Paulo também na gestão de Kassab.
Segundo dados apresentados por ela, 84% da população brasileira vive em áreas urbanas, que no entanto correspondem por apenas 0,6% do território nacional. Nesses espaços, apenas 55% das pessoas são servidas por coleta de esgoto doméstico. Esta é uma das razões pelas quais o grupo que ela representa defende que as soluções sejam integradas sob o ponto de vista social, econômico e ambiental. Mas ainda assim, de acordo com Maria Teresa, “as políticas públicas devem ser desenvolvidas de acordo com as realidades locais”. Ela usou uma ideia de Domingos Pires para exemplificar a necessidade de integração de processos em projetos habitacionais. “Precisamos pensar em tudo, caso contrário é como brincarmos de cubo mágico e acertarmos as cores em apenas um dos lados: quando formos checar os outros, estarão todos desarranjados”.
Outro ponto abordado na exposição foi o expressivo crescimento da população de moradores de rua nas grandes cidades durante e após o período da pandemia de covid-19. Maria Teresa, que coordenou o Programa de Urbanização e Regularização de Paraisópolis, lembrou que quando esteve na Secretaria da Habitação da Prefeitura de São Paulo, entre 2005 e 2012, os moradores de rua, cerca de 15 mil na época, eram assunto da Secretaria de Assistência Social. “Hoje fala-se em até 40 mil pessoas morando nas ruas, deixou de ser um assunto restrito da assistência social”, destacou. “É um problema urgente”.