Redação Scriptum
Como toda tecnologia inovadora, as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) vão promover grandes transformações no mercado de trabalho: muitas ocupações desaparecerão, mas outras tantas serão criadas à medida em que o conhecimento for avançando. “Toda vez que ocorre algo de impacto profundo processos são acelerados”, lembra o professor Humberto Massareto em entrevista ao programa Diálogos no Espaço Democrático, produzido pela fundação de estudos e pesquisas do PSD e disponível em seu canal de Youtube.
Massareto estuda a IA a partir de um ponto de vista que define como humanístico, “em que a tecnologia é usada como facilitador” do cotidiano das pessoas. Ele tem mestrado em Gestão da Educação Profissional Tecnológica, mestrado internacional em Criatividade & Inovação, MBA em Gestão da Tecnologia Educacional e especialização em Criatividade & Inovação.
Na entrevista concedida ao jornalista Sérgio Rondino, ao sociólogo Tulio Kahn, ao gestor público Januario Montone e aos economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, ele destacou que na mesma medida em que empregos desaparecerão, outros já vem sendo criados. Um deles é o de engenheiro de prompt. “É o profissional que escreve a requisição, a pergunta que será feita para a IA responder”. E revela um fenômeno interessante: “As pessoas de 40 anos ou mais têm sido requisitadas para escrever prompts por causa da maior facilidade de conceber ideias estruturadas”. A resposta da IA, aponta Massareto, é proporcional à qualidade da requisição. “Profissionais mais experientes têm sido mais procurados porque tem texto mais elaborado, que proporciona respostas mais precisas”.
Massareto lembrou o movimento ousado feito recentemente pelo conglomerado chinês NetDragon, proprietário da plataforma educacional Edmodo e de jogos como o Disney Fantasy Online: nomeou a ferramenta de Inteligência Artificial batizada de Tang Yu, um nome feminino, para ocupar o cargo de presidente executiva. “A IA não vai tomar as decisões de maneira direta, mas fará a análise fria delas, sem as emoções humanas, e indicará”.
O impacto da IA nas mais variadas áreas do conhecimento será enorme nos próximos anos. O especialista destacou as fortes mudanças que poderão ser implementadas na saúde. “A medicina já vinha sendo impactada; a China, vai inaugurar um hospital que atenderá por IA até 3 mil pacientes por dia”, disse, referindo-se a um centro médico da Universidade Tsinghua. “A fila que temos só na cidade de São Paulo seria colocada em dia em poucos meses”, disse. A medicina vai ganhar rapidez nos diagnósticos, acredita ele. “A IA poderá analisar o histórico de abreugrafias para identificar a probabilidade de câncer de pulmão, por exemplo”.