Texto: Estação do Autor com El País
Edição: Scriptum
Com os preços nas alturas, encontrar um espaço para viver numa grande metrópole está se transformando num desafio. Hoje, morar em pequenos apartamentos é cada vez mais comum na capital paulista. Segundo dados divulgados pelo Sindicato de Habitação de São Paulo (SECOVI-SP), um total de 37.500 das quase 50.000 unidades lançadas no município entre janeiro e setembro de 2021 tem no máximo 45 metros quadrados, ou seja, 7 em cada 10 imóveis construídos.
Reportagem de Diogo Magri, para o El País, revela o perfil dos proprietários desses pequenos apartamentos e o impacto no mercado imobiliário da maior cidade da América Latina.
O vice-presidente Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Wilson Rascovit, explica que os proprietários são, em sua maioria, jovens e solteiros com estrutura para assumir um financiamento. Para Paula Freire Santoro, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP) e coordenadora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade, essa tendência não é boa para a cidade, pois as pessoas que compram ou alugam esses imóveis não se encaixam no quadro de necessidades habitacionais de São Paulo.
Já do ponto de vista arquitetônico é importante entender que planejar um apartamento menor não significa cobrar um preço menor, afirma a arquiteta Luciana Tomas. Para a profissional, não é possível usar a mesma tabela de preço por metro quadrado para todos os projetos. Assim, quando o imóvel é pequeno, os honorários praticados são mais altos para compensar os projetos, afirma.