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‘Precisamos de um pacto nacional pelo ajuste fiscal’

O economista Felipe Salto foi o palestrante da reunião semanal do Espaço Democrático

 

 

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O Brasil ainda não vive uma crise fiscal, como mostra a demanda por títulos do governo, mas pode vir a enfrentar sérios problemas nessa área, uma vez que as despesas do governo vêm se tornando incontroláveis. O alerta é de Felipe Salto, economista-chefe e sócio da Warren Investimentos e ex- secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, que palestrou na reunião semanal do Espaço Democrático, a fundação do PSD para estudos e formação política, realizada na terça-feira (10).

Salto, que a partir de agora se torna também colaborador do Espaço Democrático, foi o primeiro diretor executivo da Instituição Fiscal Independente, órgão de assessoramento do Senado Federal.

Em sua palestra, o economista falou sobre o conjunto de medidas recentemente apresentado pelo governo federal com o objetivo de reduzir seus gastos e estabilizar o endividamento público. Para ele, o pacote trouxe medidas importantes, que devem contribuir para diminuir despesas, mas foram cometidos erros que podem comprometer sua execução.

Salto destacou como positivas medidas para restringir o salário mínimo, o abono salarial, o Benefício de Prestação Continuada, o Fundeb (fundo da educação), as emendas parlamentares, a previdência dos militares, os subsídios e subvenções, entre outras. Para ele, são iniciativas corretas.

Um dos erros, disse, foi incluir no conjunto uma medida que vai na direção contrária, cortando receita e não despesas (isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais). Outro equívoco, afirmou Salto, é que o pacote não tem a intensidade necessária para chegar ao objetivo proposto, que é enfrentar a dívida pública, que hoje está por volta de 77% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ele lembrou que reduzir o endividamento e organizar melhor os gastos públicos são o único caminho para o governo ganhar fôlego e voltar a investir em infra-estrutura e políticas públicas que ataquem os problemas hoje existentes, promovendo o crescimento econômico e o desenvolvimento social.

Respondendo a pergunta do advogado Roberto Ordine, consultor do Espaço Democrático, Felipe Salto considerou que vale a pena, para os empresários, investir no Brasil. “Temos um potencial gigantesco e excelentes oportunidades, mas está faltando liderança política para colher resultados, os frutos maduros que temos ao alcance de nossas mãos”, disse.

Em sua opinião, é necessário um pacto republicano no qual os diversos segmentos da sociedade cheguem a um consenso sobre o caminho a ser percorrido, a exemplo do que ocorreu no Plano Real, quando o maior problema do País era a hiperinflação. “Precisamos de um pacto para resolver a questão dos gastos públicos, não adianta ficar brigando com o mercado”, concluiu.

 

Reunião semanal do Espaço Democrático

 

Participantes

A reunião semanal do Espaço Democrático teve também a presença de Cesário Ramalho, coordenador do conselho temático de agronegócio da fundação e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira e de diversas outras entidades do setor.

Além dele, estiveram presentes o superintendente da fundação, João Francisco Aprá, os cientistas políticos Rubens Figueiredo e Rogério Schmitt, a secretária nacional da fundação Espaço Democrático e do PSD Mulher, Ivani Boscolo, os economistas Roberto Macedo e Luiz Alberto Machado, o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge, o sociólogo Túlio Kahn, o advogado Roberto Ordine, o consultor e gestor de saúde pública Januário Montone, e os jornalistas Marcos Garcia de Oliveira e Sérgio Rondino, coordenador de Comunicação do ED.


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