Redação Scriptum
Reduzir artificialmente os preços dos combustíveis no Brasil, ignorando a Lei das Estatais e todo o regramento que obriga a Petrobras a seguir a política chamada de Preço de Paridade Internacional (PPI) é legalmente impossível. “Quem fizer isso estará colocando o CPF em risco”, alerta o engenheiro Sylvestre Calmon, profundo conhecedor da empresa na qual atuou por 35 anos e personagem da mais recente publicação do Espaço Democrático, o caderno Gasolina cara? Entenda a política de preços da Petrobras, já disponível para leitura on-line ou download no site da fundação.
Calmon tem uma longa história na Petrobras, onde entrou em março de 1976, como gerente em atividades de operação e programação da produção na Refinaria de Paulínia (Replan), município do interior do Estado de São Paulo. Foi, também, gerente geral da Refinaria Gabriel Passos, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e diretor industrial da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, na Região Metropolitana de Recife.
Segundo ele, o debate sobre o preço dos combustíveis no Brasil, está balizado, desde 2016, pelo PPI, regra implementada durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Trata-se de um índice que considera, além da cotação internacional do petróleo e da variação do dólar – moeda em que a commodity é negociada –, os custos de transporte e taxas portuárias, por exemplo. “Hoje somos autossuficientes na produção de petróleo graças a todo o investimento feito no pré-sal”, aponta Calmon. “Mas após o segundo choque do petróleo, em 1979, não houve investimentos em novas refinarias por três décadas e, mesmo com as ampliações em refinarias existentes, o consumo do mercado interno superou a capacidade de produção, o que nos levou à dependência externa em derivados, tornando o Brasil um importador”.