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{ CONJUNTURA }

Sindicatos buscam um novo papel na sociedade

Ricardo Patah, da UGT, fala sobre os complexos desafios enfrentados pelo movimento sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT: “Acredito que a qualificação profissional é o maior desafio à nossa frente”

Redação Scriptum

O novo papel dos sindicatos na sociedade, num momento tão complexo e difícil como o atual, foi o tema da palestra do presidente da União Geral do Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, na reunião semanal dos colaboradores do Espaço Democrático – fundação do PSD para estudos e formação política –, realizada na segunda-feira (30). De acordo com Patah, que é também o coordenador do PSD Movimentos, os sindicatos “são um instrumento poderoso da democracia e auxílio importante nas questões sociais”. Por isso, afirma, precisam encontrar meios de continuar executando esse papel relevante mesmo sem o custeio que perderam em 2017, quando foi extinto o imposto sindical.

Também conhecido como contribuição sindical, o imposto era uma taxa obrigatória para todos os trabalhadores com carteira assinada no Brasil, mas que se tornou opcional após a reforma trabalhista de 2017. O valor, correspondente a um dia de trabalho por ano, era destinado aos sindicatos para financiar suas atividades.

Em sua palestra, Patah lembrou que o movimento sindical no País sofreu mudanças profundas nos últimos anos, com graves dificuldades econômicas para manter estruturas e serviços prestados aos seus associados. “Sobrevivemos, mas a um grande custo”, disse.

Nesse período, porém, explicou, o movimento sindical teve oportunidade de mostrar sua importância para a sociedade, a exemplo do que ocorreu durante a pandemia da covid 19, quando teve atuação essencial na criação do auxílio emergencial de R$ 600 às famílias carentes e na reconversão de indústrias para o atendimento das necessidades criadas pela doença, como a produção rápida de máscaras de proteção.

Contudo, em sua visão, o movimento sindical se depara hoje com questões ainda mais complexas que a forma de custeio de suas atividades. “Atualmente temos o maior índice de pessoas empregadas da história do Brasil ao mesmo tempo em que o avanço tecnológico provoca mudanças radicais na questão do emprego, com crescente exigência de qualificação”, explicou.

Para definir o papel dos sindicatos nesse novo cenário, contou Patah, estão sendo realizadas reuniões e debates em todo o País sobre as novas necessidades dos trabalhadores. “Eu acredito que a qualificação profissional é o maior desafio à nossa frente. É preciso preparar os trabalhadores para que eles assumam as novas vagas que estão sendo criadas, como no caso dos supermercados, que têm mais de 300 mil vagas não preenchidas”, disse.

Além disso, Patah crê que é preciso também reforçar a importância dos sindicatos nas convenções coletivas e na atuação em questões sociais, combatendo o racismo e contribuindo para melhorar a situação da mulher no mercado de trabalho. “A capilaridade dos sindicatos pode ajudar muito nesse sentido”, concluiu.

Participação

Participaram da reunião semanal do Espaço Democrático, coordenada pelo jornalista Sérgio Rondino, os economistas Luiz Alberto Machado e Roberto Macedo, o cientista político Rogério Schmitt, o sociólogo Tulio Kahn, os gestores públicos Mário Pardini e Januario Montone, o médico sanitarista e ambientalista Eduardo Jorge, o advogado Roberto Ordine, o ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, e o jornalista Marcos Garcia de Oliveira.

 


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