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Taxonomy - Manchete secundária
Nenhum país eliminou desigualdade entre homens e mulheres, diz ONU
ONU Mulheres aponta que no Brasil o orçamento é o principal impedimento para desenvolver ações efetivas e consistentes para mudar este cenário
[caption id="attachment_39420" align="aligncenter" width="560"] Ana Carolina Querino: "não basta ter uma estrutura se não há insumos adequados, com recursos humanos adequados e com o financiamento"[/caption]
Texto Estação do Autor com Agência Brasil
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Três décadas após a Declaração de Pequim, nenhum país erradicou totalmente as desigualdades entre homens e mulheres ou implementou integralmente as medidas previstas no compromisso internacional. A informação é da ONU Mulheres, entidade dedicada à promoção dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero. Ao todo, 189 países, entre os quais o Brasil, se comprometeram, em 1995, a reduzir tais desigualdades. Reportagem de Mariana Tokarnia para a Agência Brasil traz mais detalhes sobre o assunto.
Segundo Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres no Brasil, o orçamento é o principal impedimento para que os países desenvolvam ações efetivas e consistentes para mudar este cenário. “Não basta ter políticas, não basta ter sistemas, não basta ter uma estrutura se não se alimenta essa estrutura com os insumos adequados, com recursos humanos adequados e com o financiamento”, afirma.
Lançado nesta terça-feira (18), o relatório Revisão de Políticas Públicas para Equidade de Gênero e Direitos das Mulheres, elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), faz parte do monitoramento no Brasil da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, estabelecidos na 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres em 1995. Na plataforma são definidas 12 áreas, com estratégias e objetivos para serem cumpridos. Entre elas estão educação, saúde, meio ambiente, violência contra as mulheres, mulheres no poder e mulheres e pobreza.
O documento mostra que entre os desafios no Brasil estão a continuidade das políticas públicas voltadas às mulheres e o acompanhamento da execução e dos resultados. Além disso, monitora também a produção de dados sobre as desigualdades de gênero, para que as ações desenvolvidas sejam aprimoradas.
As mulheres representam 51,2% da população brasileira, de acordo com dados de 2024 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE. Ainda assim, a desigualdade de gênero é um problema estrutural que se manifesta em várias dimensões da vida social, econômica, política e cultural, refletindo em discriminação, violência, acesso limitado a recursos econômicos e disparidades em participação política, salários, emprego, educação e saúde.
Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), acabar com todas as formas de discriminação contra as mulheres e meninas “é fundamental para acelerar o desenvolvimento sustentável, tendo em vista que o empoderamento feminino tem efeito multiplicador e ajuda a promover o crescimento econômico e o desenvolvimento em nível mundial”, conclui o relatório.
Card link Another linkAranha robô pode ajudar a encontrar minas terrestres escondidas
Dispositivo do tamanho da palma da mão, adaptado a superfícies de diferentes tipos, foi projetado por pesquisadores americanos
[caption id="attachment_39385" align="aligncenter" width="560"] Pesquisadores estudam utilização da aranha robô para remoção de minas terrestres e monitoramento ambiental[/caption]
Texto Estação do Autor com Galileu Galilei
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Fabricado com uma impressora 3D, um robô do tamanho da palma da mão foi criado por pesquisadores que estudam sua utilização para remoção de minas terrestres e monitoramento ambiental. No futuro, enxames de minirrobôs poderão ser usados em situações de risco, segundo estudo publicado na Nature Communications.
Em seu doutorado, Markus Nemitz, professor assistente de engenharia mecânica na Universidade Tufts, nos EUA, desenvolvia algoritmos para controlar grandes grupos de robôs. Assim, a equipe podia compartilhar informações e modificar o comportamento de acordo com as necessidades do grupo. O professor percebeu que embora estivessem criando algoritmos para simulações, não havia sistemas de robôs reais para demonstrá-los. Reportagem publicada na revista Galileu Galilei mostra como, a partir desse desafio, o projeto evoluiu, chegando a dispositivos projetados para se deslocar sobre diversas superfícies.
Eles têm aparência semelhante à de aranhas. No entanto, sua estrutura combina componentes macios e rígidos, inspirados na anatomia de répteis e mamíferos. Assim como esses animais, os robôs possuem estruturas ósseas conectadas por articulações revestidas de cartilagem, o que lhes confere alta resistência a impactos físicos.
Enquanto outros robôs são totalmente rígidos e precisam realizar correções rápidas e precisas para se manterem em pé em terrenos irregulares, os com articulações macias se adaptam melhor às superfícies, tornando o movimento mais fluido e eficiente.
Os pesquisadores acreditam que eles podem atuar em missões de busca e resgate após terremotos, no monitoramento de incêndios florestais e até na agricultura, ajudando a controlar pragas e a acompanhar as condições do solo.
A impressão de robôs em 3D, além de reduzir os custos, acelera o processo de fabricação, tornando possível imprimir centenas de unidades em um único dia, desde que se tenha um conjunto de impressoras operando simultaneamente.
Soluções sustentáveis para o futuro do transporte cresceram 700%, diz agência
Análise de patentes indica que inventores trabalham para que no futuro a forma da humanidade se locomover seja mais limpa e eficiente
[caption id="attachment_39295" align="aligncenter" width="560"] Carros autônomos: inventores estão trabalhando para que no futuro a forma da humanidade se locomover seja mais limpa e eficiente[/caption]
Texto Estação do Autor com ONU News
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Um mundo com menos poluição e congestionamento no trânsito e viagens aéreas muito mais rápidas. Esses são aos destaques de um estudo da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), divulgado nesta semana. O relatório Tendências Tecnológicas da Ompi sobre o Futuro do Transporte indica que soluções sustentáveis para o setor cresceram 700% nas últimas duas décadas, passando de 15 mil invenções em 2003 para 120 mil em 2023.
O levantamento se baseia nas informações mais recentes coletadas de registros de patentes e apresenta uma série de possibilidades como táxis aéreos, carros e navios autônomos, portos inteligentes, foguetes reutilizáveis e sistemas de gerenciamento de tráfego.
Segundo a agência da ONU, a análise de patentes indica que os inventores estão trabalhando para que no futuro a forma da humanidade se locomover seja mais limpa e eficiente.
Reportagem publicada no site ONU News mostra que essa é uma tendência impulsionada pelo reconhecimento de que o transporte é responsável por mais de um terço das emissões de CO2 no mundo. A questão tem incentivado o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis que reduzem o impacto ambiental dos meios de locomoção. Isso inclui a adoção de propulsão eletrificada, a mudança para fontes de energia renováveis e a promoção de opções de transporte público e compartilhado.
A digitalização também está revolucionando o setor de transportes, com ênfase em tecnologias autônomas, que devem gerar de US$ 300 bilhões a US$ 400 bilhões em receitas até 2035. A expectativa é que avanços em inteligência artificial impulsionem veículos dirigidos por máquinas, afirma o estudo.
A maior área de crescimento em patentes está relacionada com propulsão sustentável, que envolve baterias para veículos elétricos ou células de combustível de hidrogênio. Nesse campo, a competição é acirrada, com empresas disputando acesso a minerais essenciais para produzir baterias. O coautor do relatório, Christopher Harrison, afirmou que a escassez de minerais determinará se o mundo poderá adotar os carros elétricos de forma massiva.
Patentes de transporte terrestre dominam os registros globais, com um volume 3,5 vezes maior do que aquelas ligadas à locomoção no ar, mar e espaço combinadas. No topo do ranking de inovações estão China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha, que representam os maiores inventores do mundo.
A praia selvagem brasileira que virou ‘cemitério’ de lixo asiático
Praia do Segredo, em Natal, recebe embalagens de produtos produzidos na China, Indonésia, Singapura, Malásia e Coreia do Sul
[caption id="attachment_39271" align="aligncenter" width="560"] Itens mais comuns eram garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e recipientes de óleo de motor.[/caption]
Texto Estação do Autor com BBC News Brasil
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Em contraste com sua beleza selvagem, a praia do Segredo, em Natal (RN), teve suas areias transformadas em um "cemitério" de lixo asiático. Em dezembro, os jornalistas João Fellet e Felix Lima, em uma caminhada de poucos minutos, encontraram dezenas de embalagens de produtos fabricados em países como China, Indonésia, Singapura, Malásia e Coreia do Sul. Os itens mais comuns eram garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e recipientes de óleo de motor. Reportagem publicada na BBC News mostra o tamanho do problema e sua possível solução.
Em julho de 2024, um estudo feito pela empresa de celulose Verocel detectou uma grande quantidade de lixo estrangeiro em praias do município de Belmonte, no sul da Bahia. A análise revelou uma predominância de garrafas plásticas provenientes da Ásia.
Para Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da USP e especialista em poluição marinha, a hipótese mais provável da chegada às praias brasileiras dessas embalagens de produtos fabricados em outros países é o descarte de lixo por navios. Turra pontua que esses resíduos geram uma série de impactos nas praias e na vida marinha. Desde 1972, resoluções internacionais proíbem o descarte de lixo não orgânico no oceano. Ainda assim, muitas embarcações não separam o lixo orgânico do lixo plástico, descartando os resíduos no mar.
No Brasil, combater a poluição em praias e águas costeiras cabe a órgãos de governo. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) é responsável por definir diretrizes sobre taxas e tarifas em portos. A regulação do setor portuário está a cargo do Ministério de Portos e Aeroportos, que declara seguir "as melhores práticas globais" sobre gestão do lixo.
Para a professora de Direito Marítimo Ingrid Zanella, da Universidade Federal de Pernambuco, o Ibama e a Marinha têm o dever de coordenar o combate à poluição marinha, articulando-se com órgãos municipais e estaduais competentes.
Segundo Zanela, a questão é hoje tratada como prioridade por agências ambientais globais, mas que o Brasil ainda não dá ao tema a importância devida. Ela reconhece, no entanto, que é complexo combater o descarte ilegal no litoral brasileiro. “Temos uma costa enorme e dificuldade em identificar quais são os navios que estão descartando, mas precisamos buscar novas tecnologias para tentar rastrear esse lixo", conclui.