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Quais são os campeonatos estaduais mais disputados?

Rogério Schmitt usa uma ferramenta analítica da ciência política para determinar qual é o estadual mais competitivo do Brasil

  Rogério Schmitt, cientista político e colaborador do Espaço Democrático Edição: Scriptum   Todo ano é a mesma coisa. Enquanto não começa o Campeonato Brasileiro, o calendário do nosso futebol acaba sendo protagonizado, até março ou abril, pela disputa dos campeonatos estaduais. E ressurge a requentada polêmica sobre qual seria o melhor estadual do País. Agora em 2024 foi a vez do técnico Tite, do Flamengo, declarar que esta honra pertenceria ao Campeonato Carioca. Por isso, proponho a seguir uma análise comparativa dos campeonatos estaduais, utilizando uma célebre ferramenta analítica da ciência política. Mas já deixo claro que esta comparação não trata, em nenhum momento, do nível técnico dos campeonatos. Deixo esta avaliação para os corações apaixonados dos torcedores brasileiros. Na verdade, o objetivo do meu exercício é chegar a um ranking do grau de competitividade dos estaduais. Independentemente dos respectivos níveis técnicos, quero mensurar empiricamente quais campeonatos têm os desfechos mais imprevisíveis. Selecionei os campeonatos de futebol de dez estados da federação, considerados também as maiores praças do futebol brasileiro. Na sequência, arbitrei como linha de corte as últimas 21 edições de cada torneio (de 2003 até 2023). Este período também coincide com o atual formato de disputa do Campeonato Brasileiro (por pontos corridos, com turno e returno). O critério mais intuitivo para montar um ranking da competitividade dos campeonatos de futebol é simplesmente verificar quantos clubes diferentes foram campeões em seus Estados ao longo destas duas décadas. Vejamos então estes primeiros resultados da análise. Os campeonatos paulista, paranaense e goiano foram vencidos, cada um, por seis clubes diferentes nos últimos 21 anos. As ligas baiana e catarinense, por cinco clubes. Já os campeonatos mineiro, carioca e pernambucano tiveram, cada um, quatro campeões distintos. Finalmente, apenas três clubes venceram o campeonato gaúcho, e somente dois o cearense. Já temos, então, uma primeira escala de competitividade do futebol estadual brasileiro, liderada por São Paulo, Paraná e Goiás, e com o Ceará na última posição. Mas esta forma de comparação ainda pode ser aperfeiçoada, pois ela não leva em conta, por exemplo, o número de vezes em que cada clube se sagrou campeão em seu Estado. Felizmente, existe uma conhecida ferramenta analítica na ciência política capaz de resolver tal problema. É o índice de fracionalização (F), desenvolvido pelo norte-americano Douglas Rae, em 1967. O índice F, que varia entre 0 e 1, mede a probabilidade de que dois elementos de uma distribuição, tomados aleatoriamente, tenham valores diferentes. Assim, por exemplo, se um mesmo clube vencesse todas as 21 edições de um campeonato estadual, a estatística F seria igual a 0. Esta seria uma liga de futebol sem competitividade alguma (pois seria totalmente previsível). No outro extremo, se cada um dos 21 campeonatos tivesse sido vencido por um clube diferente, o índice F seria (tendencialmente) igual a 1. Neste caso, estaríamos falando de uma liga no limite máximo de competitividade (no sentido de incerteza). Temos, portanto, uma ferramenta bastante apropriada para elaborar um ranking mais preciso e sofisticado da competitividade dos campeonatos estaduais, tendo em vista os seus respectivos graus de imprevisibilidade/incerteza. E qual foi o resultado deste exercício? Na liderança isolada, aparece agora o Campeonato Paulista. O índice F igual a 0,76 indica 76% de probabilidade de que duas edições aleatórias do estadual de São Paulo tenham sido vencidas por clubes distintos. O maior campeão do período foi o Santos (7 títulos), seguido pelo Corinthians (6), pelo Palmeiras (4) e pelo São Paulo (2). Numa disputa acirrada, a vice-liderança do ranking de competitividade coube ao campeonato catarinense (F = 0,75), cujos maiores campeões no período foram Figueirense (7 troféus), Avaí (5), Chapecoense (5) e Criciúma (3). Fechando o pódio está o campeonato paranaense, com F = 0,69. Os maiores vencedores daquela liga foram o Coritiba (9 títulos) e o Athletico (7). Outros quatro campeonatos estaduais aparecem no pelotão intermediário. No Rio de Janeiro (F = 0,68), o Flamengo lidera com 10 títulos, seguido por Fluminense (4), Botafogo (4) e Vasco (3). No campeonato goiano (F = 0,66), os maiores vencedores foram o Goiás (9 títulos) e o Atlético (8). Os campeonatos pernambucano e baianos (ambos com F = 0,65) vêm logo na sequência. Em Pernambuco, despontam o Sport (10 troféus), o Santa Cruz (6) e o Náutico (4). Na Bahia, por sua vez, a hegemonia tem cabido ao Vitória (10 títulos) e ao Bahia (7). Finalmente, as três últimas posições deste ranking experimental de competividade dos estaduais de futebol são ocupadas pelas ligas mineira (F = 0,56), gaúcha (F = 0,54) e cearense (F = 0,44). Em Minas Gerais, brigam pela hegemonia o Atlético (10 troféus) e o Cruzeiro (9). No Rio Grande do Sul, a concorrência é entre o Internacional (11 títulos) e o Grêmio (9). E o Ceará é o estadual menos competitivo de todos, com um amplo domínio do Fortaleza (14 troféus), superando com folga o Ceará (7). Resumo da ópera. Em ordem decrescente, entre os dez maiores campeonatos estaduais do País, o ranking de competitividade ficou assim: 1) São Paulo, 2) Santa Catarina, 3) Paraná, 4) Rio de Janeiro, 5) Goiás, 6) Pernambuco, 7) Bahia, 8) Minas Gerais, 9) Rio Grande do Sul e 10) Ceará. E, para quem já se esqueceu, reitero o meu recado inicial. Torcedores, a classificação acima não tem nada a ver com o nível técnico desses campeonatos, ok?     Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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O desempenho do Brasil nas avaliações internacionais de risco

Rogério Schmitt destaca que duas das três principais agências internacionais de classificação de risco-país elevaram a nota de crédito do Brasil no ano passado

  Rogério Schmitt, cientista político e colaborador do Espaço Democrático Edição: Scriptum   Seja qual for a ferramenta analítica utilizada, não há como negar que o ano de 2023 foi favorável para a economia brasileira na percepção dos investidores estrangeiros e dos mercados financeiros globais. Neste artigo, gostaria de sistematizar os avanços alcançados pelo País nas avaliações internacionais de risco ao longo dos últimos doze meses. Mas, antes de começar, é necessário desarmar uma bomba. Me refiro à tentação de associar os avanços (ou retrocessos) registrados num ano determinado unicamente aos méritos (ou deméritos) dos governos de plantão em cada período. Ao contrário, as avaliações internacionais de risco levam em conta medidas acumuladas ao longo de anos, em diversos períodos de governo. Assim, por exemplo, uma melhora na classificação de risco anunciada num ano (X) deriva fundamentalmente da consolidação de avanços institucionais originalmente realizados nos anos (X-1), (X-2), (X-3) etc. Tipicamente, há dois fatores mais determinantes para que se movam (para cima ou para baixo) os ponteiros das classificações internacionais de risco utilizadas largamente pelos investidores estrangeiros. O primeiro deles é a qualidade das políticas fiscal e monetária promovidas pelos governos. O segundo fator, relacionado à qualidade geral do ambiente de negócios, tem a ver com a aprovação de reformas modernizantes nos marcos legais e regulatórios da economia. Há duas ferramentas analíticas mais relevantes utilizadas pelos mercados financeiros globais para mensurar os patamares de risco para investidores: os ratings soberanos e os CDS (credit default swap) de 5 anos. Comecemos pela primeira. Segundo o Tesouro Nacional (que é um órgão do Ministério da Fazenda), “a classificação de risco (rating) soberano é a nota dada por instituições especializadas em análise de crédito, chamadas agências classificadoras de risco, a um país emissor de dívida. Tais agências avaliam a capacidade e a disposição de um país em honrar, pontual e integralmente, os pagamentos de sua dívida”. Estas notas são, por sua vez, classificadas pelos participantes do mercado financeiro em dois grandes grupos: grau especulativo e grau de investimento. No segundo semestre do ano passado, duas das três principais agências internacionais de classificação de risco-país elevaram a nota de crédito da economia brasileira. O movimento foi deflagrado, em julho, pela Fitch. E complementado, em dezembro, pela Standard & Poor’s. Por outro lado, a nota brasileira vem se mantendo estável na Moody’s desde meados de 2016. Na prática, o Brasil hoje se encontra, na avaliação unânime das três maiores agências classificadoras, a apenas dois degraus de recuperar o grau de investimento, um patamar que o país já ocupou entre 2008 e 2015. Certos tipos de investimento estrangeiro regulado (como fundos de pensão e companhias de seguro) dirigem-se somente a países com grau de investimento. A outra medida de risco-país amplamente utilizada pelo mercado financeiro são os CDS. Segundo a definição utilizada pelo portal Poder360, os CDS são um derivativo de crédito que “têm uma função parecida com a cotação do dólar, que é avaliar o grau de incertezas de um país. É um contrato em que é possível assumir o risco de crédito de outra pessoa ou empresa. Por exemplo: um credor opta pelo CDS para compensar ou trocar o risco de possível inadimplência de um empréstimo”. Trata-se, assim, de uma régua que mede a confiança dos agentes econômicos para investir em um determinado país. Neste segundo indicador, o risco Brasil caiu de 250,3 pontos base em janeiro de 2023 para 136,4 pontos base no último mês de dezembro. Tal queda de quase 50% na cotação dos CDS de 5 anos fez com que a classificação de risco da economia brasileira atingisse o seu menor nível desde março de 2020 (ainda no início da pandemia do coronavírus). Agora em 2024, para que essa trajetória positiva seja mantida, devemos ficar atentos basicamente a duas variáveis (as quais, aliás, estão intimamente relacionadas): a capacidade de o Ministério da Fazenda atingir as ousadas metas fiscais aprovadas na legislação orçamentária (LDO e LOA); e a continuidade do ciclo positivo de aprovação de reformas macro e microeconômicas pelo Congresso Nacional.     Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.  

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A tendência dos homicídios e os crimes que estão em alta

Tulio Kahn aponta que eles devem continuar o processo de queda neste ano e sugere que é hora de focar no que está explodindo: estelionatos virtuais e crime organizado

    Tulio Kahn, sociólogo e colaborador do Espaço Democrático Edição: Scriptum   O governo federal publica dados de homicídios dolosos por município usando como fonte os boletins de ocorrência enviados pelos Estados para o Ministério da Justiça. Este procedimento teve início em 1999 (com dados retroativos a 1997), mas a série disponibilizada atinge apenas o período de janeiro de 2018 a outubro de 2023. Para permitir a comparação entre os anos, utilizei apenas o período de janeiro a outubro de cada ano. De 2018 para cá a queda nos homicídios foi de aproximadamente 25%, passando de 41 mil para 31 mil casos nacionalmente. Apenas cinco unidades federativas não apresentaram queda neste período: Amazonas, Amapá, Maranhão, Piauí e Rondônia. Três destes Estados estão na região Norte, que em conjunto apresenta o pior desempenho regional, seguida do Nordeste. Os demais 22 Estados tiveram quedas – algumas expressivas – sugerindo que estamos diante de um fenômeno nacional generalizado e, como tal, provocado por fenômenos igualmente nacionais e generalizados. Os suspeitos habituais são a demografia, a economia, mudanças de legislação, pandemia, ou políticas de âmbito nacional. Onde entram neste cenário as facções criminosas e seus ciclos de conflito e pacificação? Elas ajudam a entender o cenário apenas em Estados e momentos específicos. A observação das variações anuais são um meio para tentar identificar sua presença. Observe-se, por exemplo, o crescimento de 56% dos homicídios no Amazonas em 2021, ou de 58% no Amapá em 2023. Ou, ainda, o crescimento de 86% das mortes no Ceará em 2020, antecedido por uma queda de 53% no ano anterior. Parece claro que estas variações abruptas e intensas guardam alguma relação com a dinâmica das facções. De modo geral, todavia, a explicação fundada na dinâmica das facções é bastante frágil e insuficiente para explicar o quadro geral. Observe-se, neste sentido, a forte queda em 21,3% nos homicídios em 2019 com relação ao ano anterior, em 26 dos 27 Estados. Difícil argumentar que se tratou de um acordo de pacificação nacional e simultâneo. Mudanças demográficas tampouco explicam quedas desta magnitude e neste intervalo curto de tempo. Não sabemos ao certo, ainda, a que se deveu, mas certamente não foi a nenhum destes fatores. O aumento em 2020, de 7,2% - abrangendo 19 Estados – no ano da pandemia de Covid-19 – é mais fácil de entender, uma vez que crescimento similar foi observado em diversos países em razão da diminuição da vigilância natural, diminuição do policiamento, aumento da violência doméstica, variações no consumo de álcool e outros fatores aventados pela literatura. Os anos seguintes retomam a trajetória de queda, de respectivamente -4,7%, -1,7% e -5% em 2021, 2022 e 2023. Aspectos regionais, como vimos no caso do Norte, ajudam a entender alguns matizes desta tendência. Uma curiosidade digna de nota é que nenhum Estado teve cinco pontos consecutivos de queda nos homicídios (nem de crescimento). Assim, se é que houve alguma política estadual bem sucedida de combate aos homicídios neste período, ela não foi constante nem forte o bastante para superar os fatores nacionais em sentido oposto. Como o ano de 2024 se inicia, é o momento de invocar a bola de cristal. A população continua envelhecendo e a economia apresenta sinais de melhora, em especial do emprego. Desde 2023 interrompeu-se o fluxo desenfreado de aquisição de armas de fogo pela população. As polícias estaduais parecem progredir aos trancos e barrancos no uso de dados, evidências, gestão por resultado e tecnologias – como câmeras corporais – que implicam na redução da letalidade. Programas como o Bolsa Educação devem impactar na taxa de evasão escolar a partir deste ano. Pelo menos com relação às macro tendências, portanto, parece que os homicídios vão continuar o processo de queda neste ano. Hora de focar no que está explodindo, como os estelionatos virtuais e no crime organizado.     Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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Falta um plano ao Ministério da Educação

O MEC deveria decidir se irá se concentrar em implementar projetos ou adotar plano articulado que vise a mudar o rumo da educação no País, escreve Alexandre Schneider

  Alexandre Schneider, pesquisador da FGV/DGPE, pesquisador do Transformative Learning Technologies Lab da Universidade Columbia, em Nova York, pesquisador do Centro de Economia e Política do Setor Público da FGV/SP e ex-secretário municipal de Educação de São Paulo Edição Scriptum   A boa prática da administração pública reza que é preciso “contar o tempo ao contrário”. Em vez de considerar o tempo transcorrido, deve-se contar o que resta até o fim do mandato concedido pela população. O tempo é curto, e a qualidade das entregas depende, além de outros fatores, da existência de um plano que indique onde se quer chegar ao fim de quatro anos de gestão. A expectativa de muitos educadores e especialistas em relação ao governo Lula era de que ele teria foco na melhoria da qualidade da educação com redução das desigualdades, tendo para isso um plano sistêmico que englobaria ações da 1ª infância à universidade. Até o momento, o MEC (Ministério da Educação) não divulgou seu plano ao País. Em outras palavras, não se sabe em que estágio o órgão pretende deixar a educação brasileira ao final do mandato, ou seja, daqui a três anos. A discussão sobre o ensino médio – adiada e deixando sem rumo milhões de estudantes – é ilustrativa. Em vez de ser pautada por qual deve ser a formação dos estudantes ao longo do ensino médio, a discussão se resume ao número máximo de horas da formação básica comum a todos que não inviabilize a implantação dos itinerários de ensino técnico. Não à toa, metade dos estudantes do 3º ano do ensino médio não participou do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2023. Com 3/4 do mandato pela frente é possível mudar esse quadro, mas exigirá disciplina para cuidar do presente e desenhar o futuro. As respostas a algumas perguntas poderiam nortear o governo federal nessa missão: * Qual é o estudante que queremos formar em cada etapa da educação básica dadas as transformações pelas quais passa a sociedade? * Como melhorar a qualidade da educação reduzindo as desigualdades? * Como as desigualdades educacionais se manifestam ao longo da trajetória escolar? Há mais ricos que pobres nas creches? Há diferença no desempenho acadêmico entre ricos e pobres na escola pública? Entre meninos e meninas? Entre negros e brancos? Como essas questões se manifestam regionalmente? * Qual o papel do MEC como indutor, coordenador ou implementador de políticas públicas educacionais para melhoria da qualidade com equidade educacional? * Quais programas atuais do MEC respondem às questões citadas? O que deve ser implementado? O que deve ser descontinuado? Quais são as metas para cada uma das etapas da educação e quais as metas internas do ministério, de acordo com suas responsabilidades diretas e indiretas? * Como o País pode, seguindo o exemplo dos melhores sistemas educacionais do mundo, organizar a formação inicial e continuada dos docentes para que a mudança ocorra nas salas de aula? * Em um país que desenvolveu uma base curricular, mas continua incentivando a manutenção de desigualdades e o ensino baseado nos descritores da avaliação, como alinhar as metas e avaliações para induzir a melhoria da qualidade com equidade? A legislação brasileira estabelece para os próximos anos uma série de obrigações ao MEC, que podem ser utilizadas para alinhavar um plano mais amplo. Para este ano está prevista a discussão e promulgação do PNE (Plano Nacional de Educação), que estabelece metas decenais para o País. A elaboração de uma proposta de metas educacionais para os próximos anos e a preparação da discussão sobre a alteração da Base Nacional Comum Curricular, que deve ocorrer em 2025. São oportunidades para o MEC alinhavar um plano que articule essas e outras ações em um plano para os próximos três anos. É preciso reconhecer alguns avanços no 1º ano de gestão: a retomada do programa de fomento a educação integral, o Programa Brasil Alfabetizado e a aprovação da Bolsa Ensino Médio, o projeto de autoria da deputada Tabata Amaral que possibilitará que o governo apoie financeiramente estudantes em situação de vulnerabilidade para que não deixem a escola, são alguns deles. Merecem destaque especial a aprovação da nova Lei de Cotas e as políticas inclusivas e de redução das desigualdades promovidas pela Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão). Por mais meritórios que sejam os programas – e são –, a soma dos mesmos não configura um plano articulado que vise a melhoria da qualidade da educação brasileira. Mais do que olhar para o ano que passou e realizar uma contabilidade de perdas e ganhos de seu 1º ano, o MEC deveria decidir se irá se concentrar em implementar projetos, como uma ONG, ou adotar um plano articulado de metas e programas que visem a mudar o rumo da educação no País.  

publicado no site Poder360 em 31 de janeiro de 2024

    Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião do PSD e da Fundação Espaço Democrático. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.    

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